São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Eleição ameaça Luxemburgo no Palmeiras

ALEXANDRE GIMENEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Reeleição não é um tema exclusivo de Brasília. Já está marcada uma assembléia do Conselho Deliberativo do Palmeiras para mudar o estatuto do clube e permitir que o atual presidente, Mustafá Contursi, concorra à reeleição.
Com o novo mandato de Contursi na presidência, fica ameaçada a permanência do técnico Wanderley Luxemburgo na equipe no próximo ano. O técnico ainda não assimilou as críticas feitas pelo presidente na final da Copa do Brasil, quando o Palmeiras perdeu para o Cruzeiro.
Luxemburgo tem um convite para dirigir a seleção do Qatar. O técnico também foi sondado para dirigir o São Paulo.
Até o relacionamento com a Parmalat, patrocinadora do clube e dona do passe de oito jogadores do time titular, fica ameaçado.
Representantes da empresa afirmam que o relacionamento com Contursi é "difícil". A Parmalat tem contrato com o Palmeiras até o final de 1997, prorrogável por mais dois anos.
Reunião
A reunião para mudança do estatuto do Palmeiras está marcada para o dia 16 de dezembro.
Vão votar 278 conselheiros. A mudança será homologada se for aprovada por maioria simples. As eleições serão em janeiro. Apenas os conselheiros votam.
"Recebi um documento com cerca de 200 assinaturas de conselheiros pedindo a realização da assembléia", disse Márcio Papa, presidente do Conselho Deliberativo do Palmeiras.
Com isso, abre-se uma crise entre Contursi e Seraphim Del Grande, vice-presidente de futebol do clube. Há quatro anos, havia sido feito um acordo entre os dois para que Del Grande assumisse a presidência do Palmeiras após dois anos de mandato de Contursi.
Após o primeiro mandato, Del Grande afirmou que permitiu que o presidente cumprisse mais anos à frente do Palmeiras.
"Eu pedi para o Mustafá ficar para não ir contra uma tradição do clube", disse Del Grande.
"Nunca escondi que sou candidato à presidência. Mudar o estatuto agora seria um casuísmo", completou o vice-presidente, que também é contra a reeleição do presidente Fernando Henrique.
Del Grande disse que qualquer tentativa de mudança poderia ter sido feita há três meses, quando houve uma mudança no estatuto.
O vice-presidente é o preferido da Parmalat e do técnico Luxemburgo para assumir o clube.
Márcio Papa não concorda na teoria do casuísmo eleitoral. "Apenas estamos retornando a uma tradição que havia antes de 1977. Antes, não havia limite para a reeleição dos presidentes.

Texto Anterior: Destaques do Brasileiro
Próximo Texto: Clube apresenta projeto de ampliação
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.