São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996 |
 |
|
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Grupo esloveno En-Knap dá início a festival
ANA FRANCISCA PONZIO
Nesse país europeu encostado na Croácia, o En-Knap possui sede na capital, Liubliana. Seu diretor e coreógrafo, Iztok Kovac, fundou o grupo em 93, disposto a expressar a liberdade criativa da dança atual. Em meados dos anos 80, quando começou sua carreira, Kovac explorava as mais diversas técnicas da dança contemporânea. "Era um aventureiro, produto da ausência de uma tradição em dança moderna em meu país", explica. Entre 1990 e 1993, Kovac morou na Bélgica, onde estreou como coreógrafo. "Procurava fazer uma síntese do meu passado", diz. Logo começou a receber prêmios. Reunindo seis bailarinos de diferentes nacionalidades formou seu grupo, que hoje inclui a portuguesa Claudia de Serpa Soares e o espanhol Jordi Casanovas. Segundo Kovac, os espetáculos do En-Knap se baseiam nos impulsos criativos de cada bailarino, que deve atuar como um ser que não depende do coreógrafo. Nesta temporada brasileira, o grupo apresenta "Sting and String - First Touch", com música especialmente criada pelo compositor sérvio Boris Kovac. Executada pelo quarteto de cordas Enzo Fabrini, a música dá o tom dos movimentos executados em cena. "Pela música, os bailarinos procuram diferentes qualidades de energia, além de meios diversos de se comunicar com cada parceiro do elenco", explica. Embora a sede do grupo seja na Eslovênia, os bailarinos do En-Knap moram em países diferentes. "Ainda não tenho condições de manter todos na mesma cidade", diz Kovac. Mas as distâncias geográficas não chegam a afetar a produção do grupo, que se reúne com frequência, de acordo com a produção que está sendo desenvolvida. Com o recente apoio que o grupo vem recebendo do Ministério da Cultura da Eslovênia, a situação tende a melhorar. Principalmente porque o En-Knap tem sido apontado como o melhor grupo de dança moderna do país. Graças ao prestígio crescente, o En-Knap pôde aperfeiçoar sua estrutura. Em constante turnê pela Europa, tem se apresentado em palcos dedicados a novos talentos, como o Place Theatre, de Londres. "Sting and String", sua peça mais recente, revela a mistura de elementos culturais que caracteriza a formação de Kovac. "Na verdade, o que me interessa é descobrir novas estruturas durante o processo criativo de uma coreografia. Não gosto de colocar sequências previamente estabelecidas para os bailarinos." Selecionando diferentes movimentos à medida que os bailarinos reagem à música, ele recusa o estereótipo do coreógrafo como mentor absoluto de uma coreografia. Para Kovac, coreografar significa coordenar e organizar uma interação entre os bailarinos, que atuam como parceiros autônomos. "Funcionamos como um laboratório permanente", diz. (AFP) Texto Anterior: CandoCo traz ao FID nova coreografia Próximo Texto: Programação do FID em SP Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |