São Paulo, terça-feira, 19 de novembro de 1996
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Sonda russa Marte-96 cai perto do Chile

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Restos da sonda russa Marte-96, cujo destino final era o "planeta vermelho" do Sistema Solar, caíram por volta das 23h30 (hora de Brasília) no oceano Pacífico sul, a cerca de 2.100 km da costa do Chile, perto da ilha de Páscoa.
Ainda não foram determinados os motivos do fracasso do lançamento da sonda no espaço, mas acredita-se que tenha havido uma falha no foguete propulsor.
Segundo David Knox, do alto comando espacial dos EUA, a sonda, que não conseguiu escapar da órbita terrestre, caía a 27.500 km/h ao reentrar na atmosfera.
"É impossível traçar a trajetória de um objeto que se fragmenta na atmosfera. Por isso não podemos afirmar se alguns objetos 'sobreviveram' à reentrada", disse em comunicado divulgado ontem.
Mas especialistas russos disseram acreditar que a sonda reentrou na atmosfera e caiu no mar 24 horas antes do que os americanos pensam. Segundo eles, o objeto que os EUA e outros países rastrearam foi o bloco propulsor cuja ignição inadequada pode ter condenado a missão, e não a sonda e suas baterias radioativas.
Porta-vozes da Casa Branca afirmaram ontem que não há perigo de contaminação nuclear. A Marte-96 carregava quatro baterias contendo cerca de 270 gramas de plutônio 238 (material radioativo).
A sonda havia sido lançada no sábado do cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, dois anos após o previsto -faltava dinheiro.
O governo espera que a falha da missão Marte-96, que custou US$ 122 milhões, não abale o programa espacial do país. "É um forte golpe no programa porque não temos outro projeto similar", disse Iuri Milov, da agência espacial russa.
O programa russo depende em parte do dinheiro obtido do aluguel do cosmódromo a outros países para lançamentos de satélites.

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