São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996 |
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Algodão encolhe 86% e troca de modelo
JOSÉ MASCHIO
Já a Ocepar estima que a área ocupada não deva ultrapassar 85 mil ha. Esses números representam o fim de um ciclo baseado em um modelo de produção que teria se esgotado de acordo com economistas rurais. O modelo do produtor arrendatário de pequenas áreas ou de pequenos produtores que utilizam a mão-de-obra de bóias-frias está encerrado, acredita Flávio Turra, da Ocepar. Norberto Ortigara, chefe do Deral, diz acreditar que o algodão voltará a ser uma lavoura economicamente importante para o Paraná dentro de três anos, com uma tecnologia baseada na colheita mecanizada e nas grandes áreas. Flávio Turra é menos otimista. Segundo ele, a troca do modelo de produção deverá acontecer dentro de um período bem mais longo, pois o grande produtor vai ter que se convencer que vale a pena investir no produto. Independente do prazo para a introdução do novo modelo, os números mostram que o processo de queda livre da produção de algodão é um processo irreversível. Na safra 91/92 -a última grande safra em área plantada no Estado- o Paraná plantou 704,498 mil ha de algodão. Na safra seguinte, essa área despencou para 345 mil ha e foi baixando até a desanimadora previsão para esta safra de verão, de 97.700 ha, com produção esperada entre 178 mil t e 186 mil t de algodão em caroço. No prazo de 15 anos, a lavoura de algodão no Estado diminuiu 86%. As áreas antes ocupadas pelo algodão são hoje utilizadas por pastagens, lavouras de cana e de mandioca, principalmente nas regiões noroeste e oeste. Texto Anterior: Área de soja cresce 6,8% no Paraná Próximo Texto: Soja deve render R$ 4 bi em 97 Índice |
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