São Paulo, quarta-feira, 20 de novembro de 1996
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Vítimas protestam contra shopping

DA REPORTAGEM LOCAL

Vítimas e parentes de vítimas da explosão do Osasco Plaza Shopping realizam hoje, às 10h, uma manifestação em frente ao prédio.
Segundo Sandra Nogueira, coordenadora do grupo de apoio às vítimas da explosão, o objetivo do protesto é pressionar o shopping a pagar indenizações.
No dia 11 de junho, uma explosão provocada por um vazamento de gás de cozinha causou a morte de 42 pessoas e deixou cerca de 350 feridas.
Anteontem, o Ministério Público denunciou sete pessoas (três do shopping e quatro ligadas a duas empresas que participaram da construção) como responsáveis pelo acidente.
A juíza Paula Regina Saraiva, da 2ª Vara Criminal do Fórum de Osasco, deve decidir hoje se acata a denúncia. Se isso acontecer, será aberto um processo criminal contra os denunciados.
Sandra espera reunir pelo menos 200 pessoas na manifestação. O ato era para coincidir com a reabertura do local, prevista inicialmente para hoje.
No entanto, por problemas de vistorias por parte do Corpo de Bombeiros e da prefeitura, a reabertura deve acontecer segunda ou terça-feira da próxima semana, segundo Marcelo Zanotto, diretor da B7 Participações, dona do empreendimento.
Amanhã, a administração do shopping irá realizar um ato ecumênico em memória das vítimas da explosão, em frente à entrada principal do prédio.
Ortopedia
A estudante Gilmara Pereira de Castro, 16, vítima da explosão, já realizou 16 cirurgias nas pernas. Ela ainda deve passar por mais três operações.
Gilmara teve fraturas em várias partes da perna esquerda. A direita sofreu esmagamento. A previsão mais otimista é que ela volte a dar alguns passos no segundo semestre do próximo ano.
Deitada em uma cama de hospital em sua casa, em um bairro de Carapicuíba, a estudante tenta esquecer a tragédia e faz planos para o futuro.
"A primeira coisa que quero é voltar a andar. Depois, terminar os estudos, trabalhar e comprar uma casa para meus pais."
Antes do acidente, Gilmara não sabia o que queria fazer profissionalmente. Agora já sabe. "Antes eu tinha pavor de hospital. Depois que eu vi o que os ortopedistas fizeram comigo, meu sonho agora é ser ortopedista."

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