São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996
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Bala perdida mata garoto de dois anos

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

O garoto Emerson Silva Duarte Faria, 2, morreu ontem no Hospital Público de Diadema (Grande São Paulo). Ele não resistiu aos ferimentos causados por uma bala perdida que o atingiu anteontem à noite em frente a sua casa, em uma favela da zona sul de São Paulo.
Faria foi enterrado no cemitério público de Diadema. Ele era o único filho da empregada doméstica Elizabete Silva Araújo, 32, que é mãe solteira e sobrevive com uma renda mensal de dois salários mínimos.
Faria foi atingido na cabeça por volta das 19h30 de anteontem, na rua Francisco Alvarenga, bairro Jardim Miriam, periferia da cidade. "Começou um tiroteio de repente. Meu filho estava sozinho no quintal e saiu correndo para a rua para ver o que era. O portão estava só encostado", disse Elizabete.
A mãe contou que estava dentro de casa quando ouviu os disparos. "Tudo aconteceu muito rápido. Logo depois dos primeiro tiros, escutei o grito de meu filho e fui ver o que era", disse.
Elizabete encontrou o filho desacordado na calçada, com sangue em volta da cabeça. "Peguei ele pelos braços e saí correndo à procura de ajuda. O coração dele ainda estava batendo", disse.
Uma vizinha levou o garoto e a mãe de carro até o hospital, onde ele foi internado. A morte ocorreu às 8h20 de ontem.
Segundo Elizabete, as trocas de tiros são constantes na região onde mora. "Toda a semana a gente escuta. Só que dessa vez os tiros estavam muito perto. Parecia que o tiroteio era dentro da minha casa", disse. Uma bala ficou encravada na parede frontal da casa.
O caso foi registrado no 35º Distrito Policial de São Paulo. A polícia acredita que o tiroteio tenha ocorrido entre grupos rivais de traficantes.

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