São Paulo, quinta-feira, 21 de novembro de 1996 |
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Financiamento à exportação pode dobrar DENISE CHRISPIM MARIN DENISE CHRISPIM MARIN; FERNANDO GODINHO
O governo quer dobrar os recursos disponíveis para financiar as exportações em 1997. Sua intenção é estimular as vendas ao exterior e, assim, controlar o aumento do déficit comercial no próximo ano. Além disso, está elaborando políticas de incentivo para as indústrias que se tornarão fornecedoras dos setores estatais que estão sendo ou serão privatizados. A idéia é fazer com que os investimentos para a compra de máquinas, insumos e equipamentos não sejam totalmente destinados ao mercado externo, o que aumentaria as importações e prejudicaria ainda mais o desempenho da balança comercial do país. As medidas foram mencionadas ontem, no Fórum de Comércio Exterior Brasileiro, por técnicos do MICT (Ministério da Indústria, do Comércio e do Turismo). Na proposta de Orçamento da União para 1997, o financiamento às exportações deve ficar com R$ 1,093 bilhão -que pode não sair integralmente do papel. Neste ano, foram destinados R$ 484 milhões a esse fim, a menor cifra em três anos. Foram gastos, até outubro, R$ 109 milhões. Os números foram apresentados ontem por Hélio Mauro França, diretor do Departamento de Comércio Exterior do MICT. Segundo França, o carro-chefe do financiamento oficial será a equalização das taxas de juros, que trouxe resultados melhores que os das linhas tradicionais. Trata-se da compensação paga pelo governo a cerca de 14 bancos que financiam exportadores cobrando taxas de juros menores. O objetivo é garantir que o produto seja vendido a preços competitivos no mercado internacional. Telecomunicações A intenção de elaborar uma política setorial para as áreas em que haverá privatização foi anunciada ontem por José Frederico Álvares, secretário-executivo da Câmara de Comércio Exterior, que é subordinada ao Palácio do Planalto. No setor de telecomunicações, por exemplo, estão previstos investimentos de R$ 75 bilhões até o ano 2003, o que inclui recursos públicos e privados. Só a Telebrás deverá investir R$ 21,09 bilhões, segundo dados do Ministério das Comunicações. Álvares também afirmou que está sendo negociada com a Receita uma forma de ampliar as deduções de tributos e contribuições federais para os exportadores. Hoje, segundo MP (medida provisória) que está tramitando no Congresso, os créditos do PIS e da Cofins dos exportadores podem ser deduzidos do valor total devido pela cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Segundo Álvares, o ideal seria ampliar a possibilidade de dedução para todos os impostos e tributos administrados pela Receita. Texto Anterior: AIR FRANCE; AMERICAN AIRLINES; NESTLÉ Próximo Texto: Banqueiro dos EUA vê país com otimismo Índice |
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