São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Número de casos não aumenta

DA REPORTAGEM LOCAL

A falta de vacinas tríplice não deve acarretar um aumento dos números de casos de difteria, tétano e coqueluche, desde que o problema seja resolvido em três meses.
Segundo o médico infectologista Vicente Amato Neto, 69, da Faculdade de Medicina da USP, as três doenças estão praticamente controladas, em função dos programas nacionais de vacinação, o que dificulta o contágio.
"Não estamos em uma situação de epidemia, então uma falta por um período restrito não traz nenhum contratempo", afirma.
Para o médico infectologista João Mendonça, 53, do Hospital do Servidor Público Estadual, as crianças com menos de 2 meses, que ainda não tomaram nenhuma dose da vacina, teriam maiores riscos de infecção.
A vacina tríplice é ministrada em cinco doses, aos dois, quatro, seis e quinze meses e aos cinco anos de vida. "O prejuízo depende do momento em que está a criança. Quanto mais doses ela já tomou, menor o risco", afirma Mendonça.
Segundo ele, um aumento palpável no número de casos de tétano, coqueluche e difteria só deve ser verificado se a falta de vacinas se prolongar por mais de três meses.
Para Amato Neto, o risco maior é o de que a falta de vacinas traga desconfianças à população a respeito do programa de imunizações. "Só há dois motivos de orgulho em questões de saúde pública no Brasil e uma delas é o programa de vacinação. O outro é a luta contra a doença de Chagas."

Texto Anterior: Como funciona uma vacina
Próximo Texto: Leitora diz que terreno está abandonado
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.