São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 1996
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Déficit externo chega perto do limite

CARI RODRIGUES; ALEX RIBEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit em transações correntes, o indicador mais importante das contas externas do país, está próximo do limite máximo fixado pelo governo.
Esse déficit leva em conta as transações comerciais e de serviços do país com o resto do mundo. Nos dez primeiros meses de 96, US$ 17,233 bilhões deixaram o país por meio dessas transações.
Isso equivale, segundo os dados divulgados ontem pelo Banco Central, a 2,89% do PIB (Produto Interno Bruto, soma dos bens e serviços produzidos no país em um ano).
A equipe econômica não pretende permitir que o déficit em transações correntes ultrapasse 3% do PIB.
Esse cuidado se deve à crise mexicana do ano passado. Após déficits correntes de até 8% do PIB, o México se tornou muito dependente dos investimentos externos, única forma de evitar a perda de dólares.
Em dezembro de 94, em um período de instabilidade política e erros na política cambial, os investidores deixaram o México, que quebrou.
Na comparação com os primeiros dez meses do ano passado, o crescimento do déficit foi de US$ 1,636 bilhão.
Mas a tendência é um aumento ainda maior, porque nos últimos meses do ano devem crescer as importações.
As principais causas do déficit corrente são o desempenho negativo da balança comercial (US$ 1,308 bilhão em outubro) e o pagamento de juros da dívida externa do setor privado e público (US$ 8,268 bilhões no mês passado).
As reservas em dólar do BC registraram queda pelo segundo mês consecutivo. Passaram de US$ 58,775 bilhões, em setembro, para US$ 58,6 bilhões.
À disposição imediata do governo, há US$ 57,325 bilhões, segundo o BC. Apesar de terem caído, as reservas ainda são elevadas -são suficientes para 14 meses de importação, quando o mínimo previsto na legislação é três meses.
(CARI RODRIGUES E ALEX RIBEIRO)

LEIA MAIS sobre contas correntes na pág. 2-7

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