São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996 |
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FGV teme o efeito da reeleição nas reformas
FERNANDO PAULINO NETO
Para Brandão, que divulgou ontem as perspectivas para 1997 do Ibre, a discussão sobre a reeleição "pode distrair" os congressistas e "inviabilizar ou dificultar muito" a reforma fiscal que, em seu entender, precisa deslanchar ainda no primeiro semestre. O ideal, como cenário macroeconômico, seria que pudesse ser aprovado, ainda nos primeiros meses do ano, algo da reforma administrativa e previdenciária. Brandão acredita que, se o governo não conseguir implementar as reformas, terá de tomar medidas de restrição monetária (como arrocho de crédito, por exemplo) no segundo semestre para manter a inflação baixa. O economista esperava que 1996 fosse o ano das reformas, para as bases econômicas para o crescimento serem lançadas em 1997, o que não ocorreu. No caso de o governo conseguir aprovar a reforma fiscal, cenário considerado "mais factível" por Brandão, o PIB do país cresceria 5% e haveria uma queda na taxa de desemprego também de 5%. Com o governo reduzindo o déficit público, haveria uma redução na taxa de juros, a inflação ficaria em torno de 8%, e a desvalorização do câmbio, em 7%. O déficit público operacional (incluindo os juros) seria de 2,5% do PIB. No caso de o governo optar por uma restrição monetária, se repetiria, aproximadamente, o que está ocorrendo em 1996. Haveria um crescimento do PIB de 3%, com taxas de juros reais mais altas, podendo chegar a 18% ao ano. Nesse caso, o déficit público ficaria em 3,5% do PIB e a desvalorização cambial ficaria em torno de 4%, com uma taxa de inflação de 6% ao ano. Segundo Brandão, em 1996 o governo teve dificuldades de controlar a política fiscal. Isso levou ao aumento da dívida pública, que chegou a 35% do PIB em agosto, ante 31% no final do ano passado. A política monetária foi pouco restritiva, com a taxa de juros média chegando a 15% ao ano. Isso levou a um aquecimento da economia no final do ano, como mostra o crescimento de 7,5% da indústria no terceiro trimestre. Próximo Texto: Nova parceria; Tomate por detergentes; Costas largas; Trator ensacado; Verão reciclado; Adiantando prazos; Day after; Melhor oferta; Mudando a imagem; Sinal dos tempos; Arrumando as malas; Cartilha empresarial; Atrás do certificado; Melhor sintonia Índice |
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