São Paulo, sábado, 23 de novembro de 1996
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Falta de opções facilita premiação do MCB

CELSO FIORAVANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Parece que a organização do Prêmio Design do Museu da Casa Brasileira, em sua 10ª edição, não teve muito trabalho para definir seus premiados este ano, já que era difícil fugir radicalmente da lista apresentada (veja quadro à esquerda).
Mas pode ter tido muito trabalho também, se for levada em consideração a mão-de-obra que dá analisar -e desclassificar- todos aqueles atentados ao bom gosto apresentados ao concurso este ano. Para evidenciar suas preferências, o MCB mostra um painel fotográfico com os produtos.
Na categoria "mobiliário nacional", por exemplo, acertada é a menção honrosa para a mesa de José Carlos Machado, que apresenta uma harmoniosa conjunção de materiais (madeira, ferro e vidro) e inteligentes detalhes construtivos para apoio do tampo e encaixe dos materiais.
O fato de -acertadamente- premiar apenas um produto em "iluminação", a luminária Pirilampa, denota o esgotamento na categoria. Mesmo a selecionada luminária Bic, que reutiliza tubos de caneta, vai pouco além da curiosidade (acabamento e resultado formal ainda deixam a desejar).
Na categoria "têxteis e revestimentos", o destaque fica com o tapete Bananeira, de Cláudia Alves de Araújo, que levou o diploma MCB. O produto tem um resultado formal e visual excelentes na combinação de lã e fibra de bananeira.
O produto é prova que a utilização de materiais orgânicos e recicláveis é um ponto em que o design tem campo para desenvolvimento.
O tapete Bananeira remete ainda à louvável recuperação de um universo popular e artesanal, também presente na linha de utensílios para barreado (prato típico paranaense), de Deisy Buba e Elenize Nascimento.
O MCB foi impiedoso ao sequer classificar a cadeira Ripa, de Fábio Goldfarb, um produto que pode se adequar a conceitos como utilização de madeiras de reflorestamento e otimização de espaços.

Mostra: 10º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira
Onde: Museu da Casa Brasileira (av. Brig. Faria Lima, 774, Jardins, tel. 011/210-2564)
Quando: até 31 de janeiro de 1997, de terça a domingo, das 13h às 18h

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