São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996 |
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Barco de romeiros afunda no Pará e mata pelo menos 22
IRINEU MACHADO
Segundo a Defesa Civil do Estado, foram encontrados até as 16h50 (17h50, em Brasília) 22 corpos, que seriam levados para o IML (Instituto Médico Legal) de Belém ontem à noite. Seis mergulhadores do Corpo de Bombeiros continuavam fazendo buscas no rio Acará no final da tarde ontem. A Capitania dos Portos e os bombeiros não confirmaram até as 18h o número total de mortos. As equipes de busca estavam sem comunicação com Belém. O barco São José do Acará, de propriedade da Prefeitura de Acará (150 km de Belém), tinha saído de Belém às 20h com 120 pessoas a bordo, segundo o Corpo de Bombeiros. O barco chegaria a Acará por volta das 3h, mas naufragou duas horas antes, numa área de igarapés. O município de Acará celebra hoje as festividades do Círio, tradicional festa religiosa. Informações preliminares indicavam que a causa do naufrágio foi o choque do barco com um tronco de árvore. Segundo o Corpo de Bombeiros, o barco estava superlotado, com 40 pessoas acima de sua capacidade. A Capitania dos Portos não confirmou a lotação. O suboficial Francisco Lima, supervisor de serviços da capitania, disse não acreditar que o barco estivesse superlotado. "Temos lanchas de fiscalização da Polícia Naval. Os barcos não costumam desrespeitar as normas", disse. Apesar disso, Lima afirmou que a capitania não mantém registro dos passageiros. Segundo ele, depois de despachados pela capitania, os barcos têm até 48 horas para deixar o porto. "Mas eles continuam pegando passageiros até o último instante", disse. O São José de Acará era um barco de madeira, com dois andares e um convés principal. Segundo a Capitania dos Portos, tinha entre quatro e cinco anos de vida. "Um barco desse tipo chega a operar por entre 10 e 20 anos", disse Lima. O barco fazia em média duas viagens semanais de ida e volta entre Belém e Acará, segundo a capitania. O Corpo de Bombeiros enviou 30 homens de suas equipes de resgate às 7h de ontem ao local. A Capitania dos Portos do Pará também enviou equipes e abriu um inquérito para apurar as causas do acidente. Texto Anterior: Campanha é 'necessidade' Próximo Texto: Lotação é a maior causa de acidentes Índice |
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