São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996
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Direito só aposta no exame da OAB

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Opiniões divididas à parte, o provão vai entrar nas empresas -seja pelas notas individuais, seja pela avaliação das faculdades- e ser usado como mais uma arma dos alunos bem avaliados.
Mas, no mercado, às vezes nem a avaliação das universidades estabelece critérios rígidos de seleção.
"Já quebrei a cara preferindo um aluno formado pela USP a um formado pela FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas)", conta o advogado Mauro Bueno.
Para ele, "um estudante de um curso noturno, de escola particular, que batalhou muito para fazê-lo, muitas vezes tem mais garra para pegar no batente".
Na área do direito, diz ele, o provão vai ficar em segundo plano. "O exame de ordem (que faz do graduado em direito um advogado) é mais difícil."
"É a prova da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que realmente qualifica", diz Fábio Cícero de Sá, 22, do quinto ano da Unip (Universidade Paulista Objetivo).
Ele cita a possibilidade de o formado mentir. "Pode ter pedido o resultado, ido mal e dizer que nem pediu. Não há como provar." Para ele, que estagia na Villares, testes de empresas são mais complexos.
"Nenhuma empresa em sã consciência vai usar o resultado do provão", opina Marcos Campomar, 51, chefe do departamento de administração da USP.
"Quem entregar em branco não vai ser prejudicado no mercado porque as empresas sabem da revolta que o provão causou."
(LPz)

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