São Paulo, domingo, 24 de novembro de 1996 |
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'Diagnóstico do último suspiro'
DAVID EVERSON UIP "Em 1958, o papa Pio 12 delegou à medicina os critérios de morte, dizendo que a Igreja não tinha nada a ver com isso. Os critérios de morte tinham a ver com a medicina e com os médicos. Esses critérios foram evoluindo e hoje existe o que é chamado e aceito por todo mundo como a morte encefálica, que às vezes precede a morte tradicional -parada de batimentos do coração, parada de respiração etc.Então, às vezes, o médico diagnostica a morte, o 'último suspiro', antes de qualquer outra pessoa. Ele faz isso nos Estados Unidos e Europa, por aspectos clínicos, e no Brasil a coisa é um pouquinho mais rígida. Nós usamos metodologia extremamente avançada para diagnosticar a morte. Isso envolve exames tipo eletroencefalograma, arteriografia, quer dizer, é um complexo de situação diagnóstica muito interessante, e esta morte, hoje, é uma morte que nós conseguimos anteceder à morte tradicional, que é um corpo lívido, frio, os lábios cianóticos etc. Acontece uma coisa muito interessante. Familiares de mortos que doam órgãos entendem que na doação, além de dar a mão para o próximo, eles vão estar revivendo a vida do ente querido no transplantado. Então, é um sentimento de doação, um sentimento de compaixão." Texto Anterior: 'Mas é isto, então, morrer?' Próximo Texto: Pesquisadores da USP criam cadeira de rodas que escuta Índice |
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