São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996
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Professores elogiam elaboração da prova

AUGUSTO PINHEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

As questões da primeira etapa da primeira fase da Fuvest foram consideradas muito bem elaboradas pelo grupo de professores do Colégio Objetivo, que resolveu os testes ontem mesmo.
"Eu dou parabéns à banca examinadora da Fuvest", diz entusiasmado Antônio Mário Salles, coordenador de química.
Segundo análise dos professores, não houve questão polêmica ou sem clareza no enunciado.
Para Salles, as questões de química exigem do vestibulando raciocínio e conhecimento dos conceitos. "São muito originais."
Ele cita como exemplo a questão da tabela de alimentos. "Não é só saber o que são proteínas, carboidratos e gorduras. O candidato tem de analisar a tabela e diferenciar os três alimentos."
A prova abrangeu todo o assunto do segundo grau. "Foram 40% de físico-química, 40% de química geral e 20% de química orgânica", diz Salles.
Para a prova de português, o candidato foi obrigado a ter uma boa percepção de leitura. "Além de gramática e literatura, houve uma ênfase na interpretação", afirma o professor de português José Francisco Lé.
Um exemplo é a questão que pede que o aluno identifique a alternativa em que a troca da ordem de uma palavra não altera o sentido da frase. "Sentido é capacidade de leitura", diz o professor.
Segundo ele, a prova requer bom entendimento de texto e capacidade crítica, não apenas a 'decoreba' de conceitos.
Lé ainda afirma que as questões de gramática se preocupam mais com a parte prática. "Em alguns casos, não foi exigido conhecimento da nomenclatura."
No geral, ele considera a prova excelente e muito inteligente. "Não há problemas na elaboração", elogia o professor.
Física e inglês
Em física, o professor Nicolau Gilberto Ferraro diz que as questões exigem raciocínio do candidato. "A prova é bem conceitual e aborda praticamente todas as partes da física do segundo grau."
Quanto às famosas fórmulas, motivo de dor de cabeça para muitos vestibulandos, Ferraro afirma que as exigidas na prova aparecem com frequência no estudo da disciplina.
"O candidato com treino com certeza se saiu bem. Essas fórmulas foram vistas exaustivamente durante o ano."
Outro ponto positivo levantado pelo professor foi a utilização de gráficos para interpretação. "As questões não tinham cálculos extensos, exigiam mais o raciocínio."
Repetindo os anos anteriores, as questões de inglês privilegiam os textos. "Quem não tem um vocabulário razoável encontrou um pouco de dificuldade na interpretação dos textos", garante o professor Antonio Carlos Touché.
Para ele, essa parte da prova exige uma vivência do idioma. Os três exercícios de gramática foram considerados fáceis. "A prova é melhor que a do ano passado", diz Touché.
Grau de dificuldade
As questões das quatro matérias foram consideradas de nível médio para difícil.
"Para um aluno que está prestando um curso de humanas, as questões de física podem ser consideradas difíceis", diz o professor Ferraro.
Segundo ele, os candidatos a essa área não têm interesse em física.
Quanto às questões de química, o professor Salles diz que elas mantêm o grau de dificuldade dos outros anos. "Não podem ser consideradas fáceis."

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