São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996
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Banco teria gestor por 12 meses

Solução pode ser breve

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A solução para a crise do Bamerindus pode passar por uma administração temporária conjunta com o BC (Banco Central). Resolvidos os problemas de liquidez, o banco poderia voltar 12 meses depois para as mãos de seu controlador -o senador José Eduardo de Andrade Vieira (PTB-PR).
A novidade é que, junto com a administração temporária do BC, seriam contratados especialistas financeiros para sanear o banco -um administrador especial, um consultor e um avalista, segundo a Folha apurou.
A vantagem da administração temporária é que os bens dos contratados não ficariam em indisponibilidade no caso de algum problema financeiro no banco.
A indisponibilidade de bens só atingiria os ex-administradores do Bamerindus nos últimos 12 meses a partir da implantação da administração temporária, como aconteceu no caso do Banco Nacional.
O Icatu, cotado para ser consultor do Bamerindus, estava exigindo uma cláusula no contrato em que ficasse claro que não seria responsabilizado por uma crise.
O Bamerindus continuaria com suas agências abertas e voltaria para as mãos dos ex-administradores depois da execução dos serviços contratados.
O administrador teria a atribuição de gerir as contas do Bamerindus. O consultor procuraria compradores para adquirir parte do controle acionário do grupo Bamerindus e buscaria no mercado interessados em assumir empresas não-financeiras, como a Inpacel. O avalista ficaria como guardião das ações do banco.
A equipe do Bamerindus que negocia com o BC defende que um grupo seleto de executivos do banco paranaense fique na função de administrador, sem contratar outra empresa ou banco.
A equipe econômica não pretende modificar a estrutura do banco -o alvo das mudanças são as empresas do grupo. O problema da interferência do BC na administração do banco paranaense são as implicações políticas.
Entre os passíveis de indisponibilidade de bens estariam Andrade Vieira e o presidente do Conselho de Administração do banco, Maurício Schulman, presidente da Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos).
Procurado, Schulman disse ontem à noite que não podia comentar o acordo com o BC, para não prejudicar as negociações.
"O importante é que a decisão política de preservar o banco já foi tomada", afirmou.
A Folha apurou que Andrade Vieira já se dispôs a deixar o controle acionário do Bamerindus.
O BC, como responsável pela gestão do banco, teria também de fazer uma investigação nas contas do Bamerindus. A impressão da equipe econômica é que o banco não apresenta problemas como os do Econômico e Nacional.

Colaborou a Reportagem Local

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