São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Cinema alternativo inglês ganha espaço

Festival trouxe à tona 13 grupos

CHRISTIANE SAMPAIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA, EM LONDRES

Terminou no sábado passado o primeiro festival do cinema independente de Londres.
Criado como alternativa ao quaternário London Film Festival, a erupção de "Volcano" expôs novas alternativas de exibição, criação e produção cinematográfica. Treze grupos dos anos 90 se apresentaram: Omsk, Exploding Cinema, The Halloween Society, Renegade Arts, Back/SPC, King Key Movies, Films That Make You Go Hmmm, Cinergy, Shaolin, Uncut, The Chamber of Pop Culture, (Sic) e My Eyes... My Eyes.
"O festival veio como um socorro", desabafa Philip Iuson, um dos fundadores do The Halloween Cinema. "Nós estamos vivos e produzindo muito."
Sem censura e aberto às mais diversas formas de trabalhar a imagem, o festival reuniu um mix de animação, documentário, ficção e comédia criados sobre diferentes perspectivas e matérias -super 8, vídeo, 16mm e 35mm. No balanço final, fica evidente o casamento entre artes visuais e plásticas. A exemplo, o trabalho de Jennet Thomas, membro do Exploding Cinema, que sobrepôs em pedaços de cartolina imagens animadas em vídeo.
Também emocionaram trabalhos como o da atriz, roteirista e diretora Ursula Martinez, no curta "Vulvaldi". Ela diz ter gastado R$ 25,50 para fazer um vídeo onde se masturba durante 45 segundos ao som de Vivaldi.
O festival também exibiu trabalhos onde há uma preocupação com a linha narrativa e documentários, como "Protect me", do diretor Lionel Mils, sobre body art, onde o artista Franco B retira dois litros de sangue do seu corpo para exibir sua performance ao público.
O material produzido por artistas e estudantes foi para as telas de maneira irreverente. Nada de salinhas escuras, silenciosas e cadeiras dispostas de forma correta. As sessões de cinema do festival são acompanhadas por muito álcool, tabaco e a audiência escolhia como queria assistir os filmes.

Texto Anterior: Estréia primeira novela brasileira na rede
Próximo Texto: Funarte põe clássicos brasileiros na fita
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.