São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996
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Referendo em Belarus anima presidente

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O alto comparecimento ao referendo de ontem renovou as forças do presidente de Belarus, Alexander Lukachenko, em sua disputa com o Parlamento do país.
O plebiscito foi convocado para aumentar seus poderes e ampliar seu mandato até depois do ano 2000. A medida enfureceu os deputados, que decidiram pedir o impeachment de Lukachenko. Um acordo mediado pela Rússia no final da semana passada fracassou.
Ontem, quatro horas antes do fechamento das urnas, 59,5% dos eleitores participaram da votação.
Lukachenko parecia seguro de que esse comparecimento significava um apoio ao seu pedido de aumentar os próprios poderes.
As urnas foram abertas às 6h (2h em Brasília) e fecharam às 22h (18h em Brasília).
O clima em Minsk, a capital da ex-república soviética, era calmo ontem, apesar de uma manifestação de centenas de pessoas contra o presidente. A expectativa é que Lukachenko tenha uma confortável vitória. Ele tem grande apoio especialmente nas áreas rurais.
Com o fracasso do acordo, e por determinação de Lukachenko, o referendo vai ter força de lei. Se o pacto tivesse sido aprovado pelo Parlamento, a votação seria apenas consultiva, e os deputados desistiriam de destituir o presidente.
O presidente do Parlamento, Semion Charetski, disse após votar que teve negado acesso à TV pública para defender a Casa. Charetski disse que a propaganda maciça pró-presidente mostra o que será "a Constituição de Lukachenko".
Charetski vem comparando o presidente a ditadores europeus como Franco, Mussolini e Hitler.
A emissora de TV russa ORT mostrou na semana passada imagens do campo de concentração de Auschwitz e a voz de Lukachenko dizendo que Hitler trouxe a ordem e a estabilidade à Alemanha do período entre-guerras.
Ontem, Lukachenko contestou a transmissão. "Foi uma falsificação. Vocês conhecem minhas políticas e meu julgamento sobre o fascismo. Eu nunca diria isso."

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