São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996 |
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Pequenas empresas...
JOSIAS DE SOUZA São Paulo - Em política, não há sim que sempre dure nem não que nunca se acabe. Da boca de Fernando Henrique, por exemplo, dificilmente escorregará um não. Mas o sim de Sua Excelência é um caso raro de vocábulo com dupla personalidade.O sim de FHC é manhoso. Já pinga dos lábios doidinho para virar talvez. Repare o que se passou com dirigentes de confederações patronais -indústria, comércio, agricultura e transportes. Foram a FHC. Pediram-lhe que os ajudasse a derrubar Guilherme Afif Domingos do comando do Sebrae. O presidente disse-lhes um estrepitoso sim. Na quinta-feira, haverá eleição no Sebrae. O governo controla 6 dos 13 votos que decidirão a parada. Afif agarra-se com gana ao cargo. Para fazer-lhe frente, os empresários escolheram Pio Guerra, presidente da Federação da Agricultura de Pernambuco. FHC prometeu apoiá-lo. Fez mais: indicou o ministro Paulo Paiva como zelador do acordo. Paiva cuidaria para que os votos governistas fossem carreados para guerra. Os empresários puseram o boi na sombra. Sem o governo, Afif estava morto. Mas eis que Afif saltou do caixão. Em poucos dias, articulou-se com raposas do porte de José Sarney e Luis Eduardo Magalhães. Semana passada, reuniu ao pé da rampa do Planalto cerca de 2.000 pequenos empresários. Fez-se um comício pela reeleição de FHC. Foi o bastante para flexibilizar o "sim" do presidente. Inaugurou-se nos bastidores da República uma batalha campal. Ontem, Afif desfilava por Pernambuco, terra do adversário. Tricotava com Inocêncio de Oliveira. Paiva saiu de cena. Substituiu-o o ministro Francisco Dornelles, defensor de Afif. Aturdidos, os empresários decidiram que Pio Guerra sairá da trincheira hoje. Podem ter acordado tarde demais. O Sebrae manuseia orçamento anual que ultrapassa a casa do bilhão. Vale mais do que ministério. Vale o bordão: pequenas empresas, grandes negócios. Texto Anterior: NOVELA MEXICANA Próximo Texto: Tudo tem precedentes Índice |
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