São Paulo, segunda-feira, 25 de novembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cafés servem cervejas e drogas
DENISE MOTA
Estes últimos oferecem maconha e haxixe no cardápio. Há muito o que ver, mas pouco para comprar. Não espere encontrar nada barato e resista à tentação de levar inúmeros tamanquinhos, camisetas de Van Gogh e lembrancinhas afins. O balanço final pode ser assustador. A Holanda tradicional está nos inúmeros "brown cafés", pubs de interiores escuros (reza a lenda local que as paredes são marrons devido à idade do bar e à fumaça de cigarro dos frequentadores), onde os holandeses costumam tomar algumas cervejas depois de sair do trabalho. Uma característica comum dos "brown cafés" é a completa ausência de música. Só se ouve a conversa alta dos holandeses e o tilintar de copos. Os cafés, aliás, são um dos pontos fortes de Amsterdã. Historicamente, a cidade é próspera em locais para beber. Na Bloemstraat, 42, o café Chris é o mais antigo da cidade, datado de 1624. O local servia para pagamento dos trabalhadores da igreja Oeste (Westerkerk), construída entre 1620 e 1631. Na Martelaarsgracht, 2, o café Karpershoek, de 1629, costumava ser frequentado por marinheiros. Com atenção, é possível ainda encontrar areia no chão do local, resquícios do século 17, segundo os frequentadores locais. Outra curiosa pedida é o café Hoppe, na Spui 18-20, de 1670. Conhecido pelas "recepções ao ar livre", no terraço da casa, o local assusta os turistas ao encher o terraço de clientes que ficam de pé, olhando o movimento. É frequente alguém pensar que a multidão está aglomerada porque aconteceu algum acidente. O Wijnand Fockink, na Pijlsteeg, 31, construído em 1679, mantém exposta uma coleção de garrafas de licor com retratos de todos os prefeitos de Amsterdã, desde o ano de 1591. "Coffee shops" Por toda a cidade, mas mais marcadamente na Oudezijds Voorburgwall, estão inúmeros "coffee shops". Não se iluda com o nome. Café é o que menos o turista vai encontrar neles. Os ambientes escuros e enfumaçados, iluminados pelas lâmpadas coloridas colocadas no teto e pela luz do fliperama, as cadeiras que parecem sofás e um som que varia entre dance music e reggae formam um clima mais que convidativo para quem quer fumar haxixe ou maconha sem ser incomodado. A maior rede de "coffee shops" de Amsterdã, a Bulldog, existe desde 1978. Ela criou um cassino, bar e butique para seus frequentadores. (DM) Texto Anterior: Atrações gratuitas afloram em Amsterdã Próximo Texto: Cidade tem 3 casas brasileiras Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |