São Paulo, terça-feira, 26 de novembro de 1996
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CSN fará demissões para reduzir custos

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

A reestruturação da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), que tem por objetivo reduzir seus custos em cerca de 13% até a virada do século, acarretará demissões, informou a diretora-superintendente do Centro Corporativo da CSN, Maria Silvia Bastos Marques.
"Se a empresa não existir, todos perdem seus empregos", disse a executiva. Ela não explicitou o número de demissões e em quais áreas elas ocorrerão.
Para a executiva, a CSN "não é uma ilha". Toda a indústria está se adaptando aos novos tempos.
No entanto, ela e o diretor-superintendente de Energia e Infra-Estrutura, Arivair Guido Dall'Stella, dizem que as demissões não são o mais importante no programa de reestruturação da empresa.
Afirmam que o ajuste de pessoal foi feito, em sua maior parte, no processo de preparação da empresa para a privatização.
Em 1989, a CSN tinha mais de 22 mil funcionários. Na privatização, o número havia caído para 15 mil pessoas. A empresa fechou o primeiro semestre com cerca de 12 mil funcionários.
Segundo Maria Silvia, a CSN é uma empresa competitiva, mas precisa pensar no que ocorrerá daqui a dois anos.
Ela diz que, hoje, a siderurgia nacional ainda se favorece de algum tipo de protecionismo, o que minimiza a concorrência internacional.
"Com a privatização dos portos, o custo cairá e a indústria automobilística vai comprar aço no exterior", disse ela. Por isso, é necessária a adaptação da CSN aos novos tempos.
Mudanças
Uma das mudanças é na estrutura da empresa, que está deixando a forma tradicional de divisão (diretorias financeira, negócios etc.) para se dividir em cinco unidades de negócios. Isso, segundo Maria Silvia, permite que se detecte mais rapidamente onde estão os problemas da empresa.
Dall'Stella diz que há alguns projetos da CSN que gerarão empregos e que, na medida do possível, o pessoal demitido poderá ser reaproveitado. Ele citou como exemplos a construção das usinas termoelétricas de Itá e de Volta Redonda, que também significarão redução de custos para a empresa.
A CSN tem investimentos previstos até o ano 2000 de R$ 1,3 bilhão, apenas na usina de Volta Redonda. Não estão incluídos aí os recursos para compra de empresas estatais, como a Light, ferrovias e Cimento Ribeirão Grande.
A empresa registrou, nos primeiros nove meses do ano, um lucro de R$ 184 milhões (no ano passado, o lucro havia sido de R$ 75 milhões).
Receita
A receita líquida no período (faturamento menos impostos) foi de R$ 1,654 bilhão, 3% abaixo do mesmo período do ano passado, enquanto os preços caíram 13%.
A produção de aço entre janeiro e setembro foi de 3,22 milhões de toneladas (3,21 milhões no mesmo período do ano passado). As vendas de aço aumentaram de 2,79 milhões de toneladas nos primeiros nove meses de 1995 para 3,05 milhões este ano.

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