São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Especialistas discutem modelo de saúde cooperativa em SP

Brasil, Espanha e Japão são as maiores sociedades

DA REPORTAGEM LOCAL

Shoji Kato, presidente da recém-fundada IHCO (International Health Co-Operative Organization, ou Organização Internacional de Cooperativas de Saúde), veio ao Brasil conhecer o funcionamento e discutir intercâmbios com a maior cooperativa médica do mundo, a Unimed.
Kato quer difundir no mundo o conceito de saúde cooperativa, que, segundo ele, deverá ser o modelo de atendimento de saúde para o terceiro milênio.
Existem no mundo três grandes cooperativas de médicos e usuários: na Espanha, no Japão e no Brasil. No Brasil, 80 mil médicos e 11 milhões de usuários já estão cooperativados.
O que diferencia a assistência médica prestada pelas cooperativas das oferecidas por empresas privadas é o fato de as cooperativas não terem fins lucrativos e de seus médicos não serem contratados por empresas.
Com esse sistema, o lucro gerado pelas cooperativas é reinvestido nelas próprias, o que, em tese, garante ao usuário um tratamento melhor e mais barato.
Kato falou do compromisso das cooperativas de saúde de atender doentes contaminados com o HIV.
Na sua opinião, as cooperativas devem providenciar o tratamento desses doentes e, além disso, promover campanhas de prevenção da doença. "É importante proteger a família da doença", afirmou.
Segundo Edmundo Castilho, presidente da Unimed e vice-presidente da IHCO para as Américas, a criação da IHCO, na semana passada, é uma resposta à "mercantilização da saúde no mundo".
"No Brasil, as cooperativas e a iniciativa privada sem fins lucrativos devem complementar o SUS (Sistema Único de Saúde). Cooperativando o médico e o usuário fica mais barato o tratamento", disse.
A Unimed está desenvolvendo em Penápolis (SP) e Santo Antônio do Amparo (MG) projeto piloto que visa ao barateamento de 30% no custo do atendimento médico.
O ponto de partida são as cooperativas de usuários, que, segundo Castilho, "acabam tendo mais poder de barganha".
Para o presidente da Unimed, o PAS (Plano de Atendimento à Saúde) da Prefeitura de São Paulo não é o modelo de cooperativa que a IHCO defende como ideal.

Texto Anterior: 666; Novo formato; Praga
Próximo Texto: Garoto sofre fratura ao cair de teleférico
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.