São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996
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Contador reage a roubo e é baleado

OTÁVIO CABRAL
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela segunda vez em menos de um ano, o contador Eduardo Eloy, 22, foi baleado ao reagir a assaltantes que tentaram roubar seu carro.
Na noite de segunda-feira, por volta das 21h40, Eloy foi dominado por um ladrão quando abria a porta de sua picape Ford Ranger na frente da escola de inglês União Cultural Brasil-Estados Unidos, no Paraíso (zona sul de São Paulo).
Segundo a polícia, Eloy teria se atracado com o assaltante e foi baleado no abdômen.
Ele foi levado ao Hospital do Servidor Público Municipal, onde passou por cirurgia.
Em dezembro passado, Eloy já havia sido vítima de assaltantes de carro. Ele estava deixando um bar nos Jardins (zona oeste de São Paulo) e reagiu para não entregar seu carro. Acabou baleado na virilha, internado e operado.
"Ele não é uma pessoa violenta. Na primeira vez que foi baleado, ele teve uma reação instintiva quando sentiu o revólver nas costas e deu uma cotovelada no assaltante", disse um cunhado de Eloy, que preferiu se identificar apenas como Fernando.
Segundo Fernando, desde então seu cunhado vinha afirmando que não reagiria se fosse assaltado novamente.
"Creio que ele foi baleado mesmo sem ter reagido", afirmou.
Mas a polícia afirma que o contador foi baleado por ter reagido.
Segundo os policiais do 36º DP (Vila Mariana), três pessoas participaram do assalto a Eloy.
Dois homens ficaram dando cobertura em um Passat estacionado atrás da picape, enquanto um outro, armado, abordou o contador.
Depois do disparo, os três acusados fugiram no Passat.
A polícia ainda não tem pistas dos três. Ela descarta que esse crime tenha relação com o primeiro assalto no qual Eloy foi baleado.
Carro da PM
Um carro da Polícia Militar que passava pela rua Mário Amaral viu o contador baleado e o levou ao hospital. Segundo a assessoria de imprensa do hospital, o tiro perfurou baço, fígado, pulmão e estômago de Eloy. Ele foi operado e teve o baço extirpado. Até as 20h de ontem, ele permanecia internado na UTI. Segundo os médicos, seu estado era delicado.
Eloy é sócio de seu pai, Hélio Eloy, na empresa Peritos Consultoria Empresarial, que fica na Vila Mariana (zona sul), a poucos quarteirões da casa onde mora com a família.
A direção da União Cultural afirmou que não tem como patrulhar a área externa da escola.
"A segurança externa é obrigação da Polícia Militar", afirmou Álvaro Caldeira, coordenador administrativo da escola.

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