São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996 |
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Embratur quer apagar falso brilho das estrelas
BARBARA GANCIA
Segundo o presidente da entidade, Caio Luiz de Carvalho, dos 102 hotéis cinco estrelas existentes no país, só 20 terão condições de continuar ostentando a graduação máxima. Pois quer saber? Na minha modestíssima opinião, 20 hotéis ainda são demais da conta. Por mim, sobrariam, no máximo, o Copacabana Palace, um ou outro hotel da rede Caesar Park, um ou outro Sheraton ou Maksoud da vida e algum hotel pequeno e charmoso ao estilo do Enseada das Lajes de Salvador. O resto? Blau, blau, Nicolau. Diz o presidente da Embratur que, atualmente, o Brasil tem mais hotéis cinco estrelas do que a França e os Estados Unidos. Pois fazendo uma avaliação de cabeça qualquer pessoa minimamente viajada conseguirá se lembrar de um número maior de hotéis que merecem ser chamados de cinco estrelas em Nova York ou Paris do que no Brasil inteiro. Dou um exemplo de como o sistema de estrelas tem sido usado e abusado pelos hotéis brasileiros. Não me lembro ao certo quantas estrelas tem o hotel da Praia do Forte, ao norte de Salvador, onde me hospedei alguns anos atrás. Só sei que são muitas e que a diária custa os olhos da cara. Muito bem. Quando lá cheguei, exausta depois de uma longa viagem, fiz o check-in e fui sentar na varanda, debaixo de um vasto coqueiral. Inspirada pela paisagem, chamei o garçom e pedi uma água de coco. Pois não é que o homem me olhou e disse: "Tem não"? Quase o mandei subir no coqueiro e sacudir o tronco. No jantar, pedi lagosta. Quanta ilusão. O cardápio daquela noite era mais enxuto do que dicionário de suahili: sopa de ervilha de saquinho e bife com purê de batata. De sobremesa, neca de frutas frescas. Era pudim ou pêssego em calda. Texto Anterior: Buaiz pede verba para UTI Próximo Texto: 666; Novo formato; Praga Índice |
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