São Paulo, quarta-feira, 27 de novembro de 1996
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Bancos apostam no Natal por computador

LUCIA REGGIANI
DA REPORTAGEM LOCAL

Este final de ano pega empresas e instituições financeiras em ebulição com o dinheiro eletrônico em suas várias formas.
A despeito das desconfianças sobre a segurança dos dados na rede mundial de computadores, deslancham os projetos de transações financeiras e comerciais on line.
O Bradesco prepara-se para levar dinheiro virtual pela Internet até a carteira dos correntistas e permitir pagamentos on line.
A carteira é o smart card, cartão de plástico com chip que armazena o dinheiro e registra o saldo toda vez que é passado por um terminal leitor para pagar a conta.
"O cartão será recarregado via rede por um terminal portátil conectado ao computador do usuário", diz Sidnei Nascimento, diretor da área de cartões do Bradesco.
Em Itu (SP), o banco finaliza este mês a implantação do smart card. Nesta semana, o cartão e os terminais portáteis da portuguesa Papelaco chegam aos ônibus e feiras-livres, segundo Nascimento.
Mais cartões
No próximo dia 2, a administradora de cartões de crédito Visa começa a implantar o smart card em Campinas (SP), acompanhada de 14 bancos, Bradesco incluído.
O Visa Cash vai custar R$ 6 para o usuário e carregará até R$ 600 -o teto varia de acordo com o banco. Os terminais emissores e leitores são da ABC Bull.
Gastão Mattos, diretor de marketing da Visa, diz que isso é só o começo. A idéia é unificar os cartões de crédito, débito e porta-moedas em um só smart card, que ainda funcionaria como senha em transações via Internet.
O sistema desenvolvido em conjunto com a concorrente Mastercard para propiciar negócios pela rede mundial com segurança deve estar operando em junho de 97.
Lá fora, a Visa prepara-se para espalhar smart cards por Nova York. A operação, que inclui Mastercard e bancos como Citibank e Chase Manhattan, está prevista para março de 97.
Enquanto isso, a Mastercard acaba de comprar o controle da Mondex, empresa britânica especialista em cartões inteligentes.
"A Mondex está dois a três anos na frente das concorrentes em tecnologia de chip card", afirma Marcos Molina, vice-presidente de comunicações da Mastercard.
Segundo Molina, a Mondex já dispõe de software que conversa com tudo na rede mundial e vai ser o agente de "algo maior", que deve ser anunciado num prazo de três a quatro meses.
Já está em andamento o serviço para as empresas de eletricidade venderem por atacado, pela Internet, excessos de energia elétrica.
Também caminha a atualização do software da World Avenue, uma avenida de lojas virtuais, para facilitar a compra de produtos.
A empresa desenvolve ainda um cibertelefone celular para proporcionar acesso sem fio à rede e um cassino virtual 3D.
Para o smart card, o céu parece ser o limite. Sidnei Nascimento, do Bradesco, diz que o banco está fechando negócio com administradoras de pedágio, parques temáticos e redes de fast food para implantar o dinheiro eletrônico. Além dos gigantes do ramo, a Cardápio está testando o cheque medicamento em smart card com funcionários de cinco empresas e cinco farmácias.

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