São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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Sentença torna Maluf e Pitta inelegíveis

DA REPORTAGEM LOCAL

Decisão do juiz Dyrceu Aguiar Dias Cintra Junior, da 1ª Zona Eleitoral da capital, tornou ontem o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, seu sucessor, Celso Pitta, e o vice da chapa pepebista, Régis de Oliveira, inelegíveis por três anos.
Pode haver recurso da sentença junto ao Tribunal Regional Eleitoral. Procurado em Nova York, onde passa férias, Pitta não quis falar sobre o episódio. "Vou comentar no meu retorno. Tenho só informações de ordem geral", disse.
A Folha não conseguiu ouvir ontem, entre 21h e 23h, o advogado de Maluf, Jorge Yunes, e o assessor de imprensa da prefeitura, Adilson Laranjeira.
A decisão de Cintra Junior foi baseada em três representações por "abuso de poder político" movidas pelo PT.
Os processos envolvem as administrações regionais de Perus e Santo Amaro, acusadas da utilização de seus equipamentos e funcionários em favor de Pitta.
Segundo as representações, os administradores organizaram a preparação e limpeza de praças onde o pepebista faria comícios.
Em sua decisão, Cintra Junior afirma que, depois de analisar as provas reunidas e o depoimento das testemunhas, ficou "registrado o abuso".
"Julgo procedentes as representações que geraram as investigações para declarar que o candidato eleito Celso Pitta foi beneficiado com atos de abuso do poder de autoridade, que viciaram o pleito", relata a sentença.
Otávio Pinto e Silva, advogado do PT, afirmou ontem que o partido entrará com uma ação de impugnação de mandato eletivo e com um recurso contra a diplomação de Pitta.
O prefeito eleito poderá perder seu mandato, caso as ações sejam julgadas procedentes.
A Folha apurou que a presença do pepebista em evento da ABC (Associação Beneficente Cristã) -entidade beneficente ligada à Igreja Universal- também foi julgada como abuso de poder. A sentença será divulgada amanhã.
Três dias após a liberação pela prefeitura de verba de R$ 800 mil para a ABC, Pitta participou de uma distribuição de alimentos da entidade que virou comício, como revelou a Folha em 29 de julho.

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