São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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Homem pega 14 anos por morte de médico

CARLOS HENRIQUE SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O Tribunal do Júri de Belo Horizonte, em Minas Gerais, condenou anteontem o comerciante Renato de Almeida Costa, 32, pelo assassinato do obstetra Ramon Roulien de Queiroz.
Ele atirou no médico em vingança pela morte do filho em uma operação de cesariana.
O crime aconteceu em setembro de 1989. Naquele mês, a mulher do comerciante, Shirley Cristina de Oliveira, grávida de nove meses, foi operada pelo médico.
O filho do casal morreu ao nascer, asfixiado pelo cordão umbilical.
Três semanas após a operação, Costa esperou o médico em frente ao Hospital Samaritano, em Belo Horizonte, e o matou a tiros.
Julgamento
O julgamento terminou no final da noite de anteontem, no Fórum de Belo Horizonte, depois de dez horas de duração.
O júri, por seis votos a um, decidiu que o comerciante planejou o crime para vingar a morte de seu filho.
O juiz Antoninho Vieira de Brito estabeleceu a pena de 14 anos de prisão.
O advogado de defesa, Obregon Gonçalves, disse que vai recorrer da sentença.
Durante o julgamento, Costa deu, pela primeira vez, sua versão do crime.
Ele esteve foragido durante as investigações policiais e negou-se a falar em seu primeiro depoimento à Justiça.
Prisão
O comerciante foi preso em junho passado, em Vitória, no Espírito Santo.
Segundo a versão de Costa sobre o crime, ele procurou o médico para obter mais informações sobre a morte do filho, mas o obstetra negou-se a falar com ele e, após uma discussão, foi morto.
O advogado de Costa disse que houve falha no atendimento à mulher do comerciante.
Segundo o advogado, Shirley de Oliveira só foi atendida pelo obstetra depois de procurar outros três hospitais e ter seu atendimento negado.

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