São Paulo, quinta-feira, 28 de novembro de 1996
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'Baita Negão' ressuscita na Consolação

HAROLDO CERAVOLO SEREZA
DA REDAÇÃO

"Quando o médico acha o sintoma, a pessoa morre mais depressa", sintetizou Monsueto, o "Baita Negão", em 1968.
Em 17 março de 1973, Monsueto Campos Menezes, sambista, humorista da TV-Rio e até pintor primitivista premiado, morreu, aos 48 anos, vítima de um câncer no fígado.
O sintético autor de "Mora na Filosofia", "Me Deixa em Paz" e "A Fonte Secou" foi também profético. Seu câncer foi diagnosticado em novembro de 1972, e os médicos previram seis meses de vida. O sambista não foi informado -e morreu sem conhecer sua doença, quatro meses após o diagnóstico.
É esse "baita compositor", criado no Morro do Pinto e que sempre sentiu saudades da favela, que Skowa, ex-Premeditando o Breque e ex-A Máfia interpreta hoje, em show gratuito no Sesc Consolação.
Skowa vem cantando Monsueto desde o ano passado, após pesquisa iniciada há três anos.
A novidade é que ele hoje se apresenta sem sua banda. É um show em dois violões, o dele e o de Sal Santos, que normalmente é o guitarrista de sua banda.
"É também um desafio para mim, transformar o formato pop que tinha dado as canções de Monsueto para o violão", diz Skowa.
Monsueto, que já teve músicas cantadas por Caetano Veloso ("Mora na Filosofia", no disco "Transas", e "Eu Quero Essa Mulher", em "Araçá Azul") e Milton Nascimento e Alaíde Costa ("Me Deixe em Paz", em "Clube da Esquina"), está sendo regravado por Skowa para CD que deve ser lançado depois do Carnaval de 1997.
Amanhã, Skowa faz outro show, no Bambu Brasil, para quem prefere o seu lado mais pop. Monsueto é só parte do espetáculo. (HCS)

Show: Skowa Cantando Monsueto - o "Baita Negão"
Onde: Sesc Consolação (r. dr. Vila Nova, 245, tel. 256-2322)
Quando: hoje e amanhã, às 20h
Entrada: franca

Show: Skowa
Onde: Bambu Brasil (r. Purpurina, 272)
Quando: amanhã, às 23h30
Entrada: R$ 10 (R$ 8 de couvert artístico e R$ 2 de consumação mínima)

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