São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996
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Técnica de colombiano cura obesidade

MARCELO OLIVEIRA
ENVIADO ESPECIAL A GOIÂNIA

Uma das principais atrações de ontem do 7º Congresso Brasileiro de Cirurgia Digestiva, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia, foi o cirurgião colombiano Raphael Capella, autor de uma nova técnica de gastroplastia (plástica estomacal), que cura doentes de obesidade mórbida.
Há 30 anos nos Estados Unidos, onde trabalha e faz suas pesquisas, Capella foi convidado a participar do encontro para mostrar sua técnica, que faz os doentes perderem 30%, em média, de seu peso.
Segundo o cirurgião e professor Arthur Garrido Jr., da USP, que introduziu a técnica no Brasil, a obesidade mórbida é aquela que oferece risco de vida.
Uma pessoa pode ser considerada obesa mórbida a partir do momento que passa a pesar 45 quilos a mais que seu peso ideal.
Mas não basta só isso. Junto com o excesso de peso, o doente deve apresentar outras complicações, como hipertensão, problemas circulatórios, dificuldades para respirar e se locomover.
"Antes ainda de receber indicação para a cirurgia, é preciso saber se o paciente já passou por um tratamento conservador, criterioso, antiobesidade, como uma dieta", afirma Garrido.
Se já passou por tratamento, emagreceu, mas depois recuperou o peso, esse indivíduo é obeso mórbido.

Estômago reduzido
A técnica de Capella, de 1991, surgiu da criada em 1982 pelo norte-americano Edward Mason. Em ambas é feita uma costura (sutura) no estômago, diminuindo a capacidade útil do órgão, que é de dois litros, para 20 mililitros.
Com capacidade reduzida, o estômago enche rapidamente e o cérebro recebe mensagem de saciação.
O paciente come menos e emagrece progressivamente.
Insatisfeito com os resultados obtidos, pois os pacientes conseguiam perder, em média, apenas 15% do peso com a técnica de Mason, Capella passou a estudar uma forma de aperfeiçoá-la. (leia quadro acima).
A nova técnica causou maior perda de peso, 30% menos do registrado antes da cirurgia.
Capella, que realiza de quatro a cinco cirurgias por semana, com tempo médio de 1h15 cada, afirma já ter operado 1.100 pessoas com a técnica, que é quase 100% segura.
Em São Paulo, mais informações podem ser obtidas no Hospital das Clínicas da USP, pelo telefone (011) 283-3244.

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