São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996
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Tratamento interrompido pode criar vírus HIV mais resistente

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Interrupções no fornecimento de remédios a pacientes com Aids podem fazer com que o vírus HIV desenvolva resistência aos mais novos medicamentos usados no combate à doença.
A afirmação foi feita ontem em Santos (72 km de SP) pelo coordenador do programa estadual de Aids em São Paulo, Artur Kalichman, quando falava sobre as consequências da crise financeira do Ministério da Saúde.
Segundo Kalichman, os remédios podem se tornar ineficazes ao serem reintroduzidos em pacientes que deixaram de usá-los por determinado período.
"A interrupção pode levar à perda da capacidade de manejo clínico, porque os pacientes vão estar infectados com um vírus que não mais responde ao que há de mais moderno", declarou Kalichman.
Ele afirmou que há estudos mostrando casos de doentes que se infectaram com vírus já resistentes ao AZT, uma das drogas mais usadas no combate à Aids.
"Se houver uma disseminação de vírus mais resistentes, você estará afastando mais gente da possibilidade de sobreviver", afirmou.
Ele disse que, em curto prazo, não há risco de falta, em São Paulo, dos medicamentos que integram o coquetel anti-Aids.
Santos recebeu anteontem prêmio pelo melhor programa governamental de combate à Aids no país, em solenidade no Congresso Nacional promovida pelo Ministério da Saúde e por entidades internacionais vinculadas à ONU (Organização das Nações Unidas).

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