São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996 |
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Delfim volta a criticar política cambial
DA SUCURSAL DO RIO O deputado federal Delfim Netto (PPB-SP) voltou a criticar a defasagem cambial, utilizando as declarações do presidente Fernando Henrique Cardoso, anteontem, na África do Sul, em defesa do aumento das exportações brasileiras."Fiquei feliz, porque uma estrela iluminou o nosso monarca e ele disse que exportar é o que importa", disse Delfim, repetindo o slogan do tempo em que era ministro da Fazenda e a meta era aumentar as exportações (ver texto ao lado). Delfim, ao fazer palestra para empresários de comércio exterior, no Rio, disse que o presidente anunciou que é importante exportar porque "ele começa a perceber que a extravagância da valorização do real produz armadilhas". O deputado evitou citar o nome do diretor da área externa do BC, Gustavo Franco, a quem chamou de "menino de Brasília". Mesmo assim, fez críticas indiretas. Para Delfim, afirmar que mudar a taxa de câmbio gera inflação "não é economia, é teologia. São os fundamentalistas que estão em Brasília". O deputado diz que o câmbio vem sendo maltratado no Brasil desde 1986 e deu como exemplo a produção de algodão. "Éramos o quarto exportador mundial. Viramos o terceiro importador." Ele disse que só há uma saída para os exportadores: "Mudar os preços relativos da exportação, que é um modo elegante de dizer que tem que mexer no câmbio". Para ele, a manutenção do câmbio "não é política econômica, é manifestação de um enorme voluntarismo" por parte do governo. Delfim disse ainda que a taxa de câmbio foi responsável por uma queda de preço na agricultura de 25%, o que foi bom para o combate à inflação, mas gerou a perda de cerca de 400 mil empregos rurais. Para ele, os exportadores só precisam das mesmas condições para competir com outros países. "Não estamos pedindo proteção, pedimos as mesmas condições. É pedir muito?", indagou. Texto Anterior: BC vai denunciar crimes cambiais de 89 Próximo Texto: Slogan surgiu nos anos 70 Índice |
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