São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996 |
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Hotéis cinco estrelas devem ser rebaixados Embratur cria nova classificação DENISE CHRISPIM MARIN
A estimativa é dos técnicos que colaboraram na elaboração e no teste da matriz de classificação dos hotéis brasileiros, publicada na edição de ontem no "Diário Oficial" da União. Eles consideram que poucos hotéis do país terão condições de cumprir os 182 requisitos necessários para ostentar cinco estrelas na fachada ou nas notas fiscais. Entre esses requisitos estão alguns que não fazem parte da rotina dos cinco estrelas do país. Por exemplo, manter telefonistas bilíngues e recepcionistas trilíngues, serviços 24 horas e entrega de roupa lavada e passada no mesmo dia. O rebaixamento deverá também ocorrer, em menor proporção, nas outras quatro faixas de classificação, com cerca de 2.900 hotéis. A primeira delas -uma estrela- servirá como referência da qualidade mínima de serviço que a Embratur espera ver adotada por boa parcela do setor hoteleiro. Para conseguir essa estrela, o hotel terá que atender 65 itens. Entre eles, a facilidade de acesso e circulação de deficientes físicos e até mesmo a adoção de uma política interna que impeça a discriminação (racial, religiosa etc.) ou a exploração sexual dentro do hotel. "Se não é um programa de qualidade para o setor hoteleiro, essa classificação é pelo menos uma iniciativa para melhorar os serviços", afirmou Caio Luiz de Carvalho, presidente da Embratur. A classificação será opcional a todos os hotéis. Na próxima semana, a Embratur vai distribuir manual com os requisitos detalhados. A classificação poderá sofrer o boicote da Abrih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis). "Ela representa mais uma interferência do Estado na iniciativa privada", afirmou Alfredo Lopes, presidente da ABRIH. "Aconselhamos os hotéis a não aceitá-la." Texto Anterior: Câmbio não muda, afirma FHC Próximo Texto: Desemprego cai pelo 4º mês seguido, diz o IBGE Índice |
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