São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996
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Indústria alimentícia vende mais e lucra

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento nas vendas -sobretudo a partir de setembro- e a recuperação nos preços de alguns produtos levam a indústria alimentícia a fechar o ano com lucro.
A produção deve crescer 4,5% sobre a do ano passado, e o faturamento, 6%, estima a Abia, associação que reúne os fabricantes.
"Com esses números, não dá para ter prejuízo", afirma Denis Ribeiro, coordenador do departamento econômico da Abia.
Ceval, Perdigão e Sadia, agroindústrias, que tiveram prejuízo no primeiro semestre do ano, por exemplo, voltaram a ter lucro.
É o que mostram as demonstrações financeiras das três empresas pelo critério de correção monetária integral (considerando-se a inflação), adotado até o ano passado.
A Ceval terminou o terceiro trimestre de 1996 com lucro líquido de US$ 35 milhões, após ter acumulado prejuízo de US$ 12,3 milhões nos primeiros seis meses. O lucro até setembro, portanto, foi de US$ 23,3 milhões.
Rubens de Oliveira, assessor da diretoria, diz que, além de as vendas terem aumentado, os preços do frango subiram de 15% a 20%, e os do farelo de soja, cerca de 33%.
Para a Ceval, este não será um ano tão bom quanto 1995, quando o lucro foi de US$ 75 milhões.
"Mas, pelo cenário ruim que vínhamos vendo ao longo do ano, até que 1996 vai terminar melhor do que esperávamos."
A Ceval prevê para este ano faturamento de US$ 2,8 bilhões -12% maior do que o do ano passado.
A Perdigão, que fechou o primeiro semestre com prejuízo de US$ 1,4 milhão, comemora o lucro de US$ 1,8 milhão registrado no terceiro trimestre. O lucro acumulado até setembro foi de US$ 401 mil.
Assim como a Ceval, a Perdigão não deve lucrar tanto quanto no ano passado -US$ 32 milhões-, mas está satisfeita com o fato de ter revertido o resultado negativo.
Wang Wei Chan, vice-presidente de finanças, diz que em setembro os preços subiram de 1,5% a 2%.
A Sadia fechou o mês de outubro com lucro de US$ 18,8 milhões. Como estava com prejuízo de US$ 25 milhões no acumulado até setembro, ainda está no vermelho: prejuízo de US$ 6 milhões.
Desconsiderando-se a inflação, no entanto, a empresa fecha os dez primeiros meses deste ano com lucro de US$ 14,5 milhões.
Luiz Fernando Furlan, presidente do conselho de administração do grupo, diz que os resultados da empresa se inverteram.
"A produção se ajustou à demanda, os preços de algumas matérias-primas caíram e houve grande esforço para melhoria de eficiência e redução de custos. Vamos fechar 1997 com lucro", afirma Furlan.
No ano passado, o lucro líquido da Sadia foi de US$ 111 milhões.

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