São Paulo, sexta-feira, 29 de novembro de 1996 |
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Ansiedade pode ser herdada dos pais
RICARDO BONALUME NETO
Pesquisadores nos EUA e Alemanha descobriram uma relação entre os níveis de ansiedade de uma pessoa e as variantes de um gene essencial para o controle da química do cérebro. Não se pode dizer taxativamente que eles descobriram "o gene da ansiedade", pois esse tipo de comportamento não depende apenas de fatores genéticos. No caso, o gene -a unidade básica do código genético, pelo qual são transmitidas as características hereditárias de pai para filho- tem duas variantes, ou "alelos". O gene estudado é o código pelo qual o organismo é capaz de produzir uma proteína que age aumentando a produção de uma substância vital para a química cerebral, a serotonina. Um dos alelos ajuda a pessoa a produzir o dobro de serotonina, como se fosse uma "torneira" maior. A serotonina age na transmissão dos impulsos entre as células nervosas. Outras pesquisas têm revelado seu papel na depressão e na neurose de ansiedade; há medicamentos antidepressivos que agem bloqueando a sua ação nociva. Os pesquisadores mostraram que quanto maior a quantidade da proteína produzida, além de mais serotonina, a pessoa também tem mais ansiedade. Na pesquisa, a equipe de dez cientistas da Universidade de Wurzburg (Alemanha), e dos Institutos Nacionais de Saúde (EUA), estudou 505 pessoas. Os cientistas procuraram nos genes dessas pessoas uma das duas variantes do gene, e também fizeram testes de suas personalidades em busca de traços neuróticos. Texto Anterior: Teste barato diminui mortalidade por câncer; Líbano prende 70 em ato contra o governo; Sérvios protestam de novo contra governo; Madre Teresa completa 68 anos como religiosa Próximo Texto: Cirurgia fetal tem sucesso Índice |
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