São Paulo, sábado, 30 de novembro de 1996
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Dupla é acusada de vender carne de cães a restaurante

DA REPORTAGEM LOCAL

A polícia prendeu ontem Gerson Ramos, 32, e o coreano Chi Hwan Jeong, 31, acusados de matar cães e vender a carne para restaurantes de São Paulo.
A prisão foi feita por policiais do 4º DP de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, após denúncias anônimas por telefone.
Os cães, todos vira-latas, eram capturados em Mogi e cidades vizinhas. "Escolhia os que tivessem mais de 5 kg e evitava os doentes", disse Ramos à Folha.
Os animais eram mortos por asfixia ou com pauladas e depois "limpos" -tinham vísceras, cabeça e rabo arrancados e o pêlo queimado com um maçarico.
Oito cães mortos estavam no carro de Jeong quando foi preso.
Ele disse que Ramos ganhava R$ 30 por animal limpo. Na revenda aos restaurantes, o coreano cobrava R$ 50. Por mês, eram vendidos cerca de 40 cães.
"Vim da Coréia há sete anos e lá sempre comi carne de cachorro. É boa, relaxa o corpo."
O acusado apontou, com nome e endereço completo, três restaurantes coreanos do Brás que comprariam a carne sabendo que era de cachorro: Renaro, Man e Dong Myung.
O dono do Renaro, que não quis se identificar, disse que a casa serve carne de cabrito. O proprietário do Dong Myung, que também não se identificou, afirmou que "de diferente" só serve carne de pato.
A dona do Man não foi encontrada no restaurante, mas uma funcionária disse que a casa não serve carne de cachorro.
Segundo Roberto Barbirato, da Vigilância Sanitária estadual, é grande o risco de adquirir doenças do cachorro ao consumir sua carne.
O delegado Marcos Batalha, do 4º DP, disse que os acusados podem pegar de dois a seis anos de prisão.

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