São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Pefelista pressiona FHC por apoio a ACM

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Câmara dos Deputados, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), avisou ao presidente Fernando Henrique Cardoso que o propósito do seu pai, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), de presidir o Senado é seu projeto pessoal.
A afirmação do deputado foi interpretada por senadores governistas como um recado a FHC: o Palácio do Planalto não deve fazer nada para prejudicar a vitória de ACM na disputa pela presidência do Senado.
Na opinião desses senadores, o presidente da Câmara deixou claro que, se houver interferência do Planalto em prejuízo do pai, a aprovação da emenda constitucional que permite a reeleição de FHC estará comprometida.
Esse poderá ser o preço mais caro que o presidente terá de pagar no Senado em troca da reeleição. O Planalto tem preferência pela candidatura do líder do governo no Senado, mas não poderá interferir no processo.
Segundo governistas, ACM não tem força para conduzir uma votação no Senado, mas ele e o filho têm controle sobre o PFL da Câmara, por meio dos deputados da bancada da Bahia.
Durante a tarde de ontem, o presidente e Luís Eduardo mantiveram um encontro no Palácio da Alvorada. À saída, não revelaram o teor da conversa.
Para conseguir a aprovação da reeleição no Senado, FHC também poderá ser pressionado a negociar alguns projetos que tramitam na Casa, como os que dificultam a privatização da Vale do Rio Doce ou os que tornam mais ágil o processo da reforma agrária.
Também está no Senado a proposta de reforma da Previdência. O governo quer que o Senado faça alterações na proposta de emenda aprovada pela Câmara, que não atende aos interesses do Planalto.
Na Câmara, o governo enfrenta a resistência do PPB na votação da reforma administrativa. Sem a certeza dos votos do PPB (90 deputados), o governo evita votar o projeto porque precisa de 308 votos favoráveis para sua aprovação.
Os governistas consideram a resistência do PPB como uma forma de sustentar o discurso contra a reeleição. Segundo essa análise, o partido poderia continuar dizendo que a emenda da reeleição paralisou os trabalhos na Casa.
Na Câmara, a negociação da reeleição deverá passar pelos cargos do Executivo em uma futura reforma ministerial.

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