São Paulo, segunda-feira, 2 de dezembro de 1996
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Santos construirá o 1º navio-cassino do país

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Empresários do ramo hoteleiro vão investir de US$ 30 milhões a US$ 40 milhões em um navio-cassino que circulará na costa de Santos (72 km a sudeste de São Paulo) na temporada de verão 97/98.
O navio abrirá os salões de jogos somente após ultrapassadas as 12 milhas (22,2 km) de mar territorial brasileiro, já que os cassinos estão proibidos no país desde 1946.
O projeto tem também finalidade turística. Os empresários acreditam que, com o apelo do cassino, crescerá o fluxo turístico nacional e internacional para Santos.
"O importante é que o turista venha para a cidade e se hospede nos nossos hotéis", afirmou o empresário Anuar Assad David, coordenador do grupo e presidente da Associação dos Empresários de Hotéis e Turismo de Santos.
O empreendimento tem duas alternativas de financiamento, informou David. Uma delas é o Eximbank dos EUA, que já aprovou o empréstimo, segundo o empresário. A concessão, porém, ainda depende da obtenção de uma fiança bancária pelos brasileiros.
A outra possibilidade é um estaleiro europeu construir o navio e financiar diretamente o empreendimento. Nos dois casos, diz David, o prazo de pagamento seria de oito anos, com juros de 6% ao ano.
A viabilidade técnica e econômica do projeto foi atestada por um estudo da International Commerce Corporation, dos EUA.
O trabalho foi realizado neste ano e custou US$ 300 mil, segundo David. O prazo de construção será de oito meses, a partir de janeiro ou fevereiro, quando os empresários esperam ter concluído as negociações sobre o financiamento.
Estrutura da embarcação
A embarcação terá três pavimentos abertos aos visitantes, uma cobertura e capacidade para 1.600 passageiros e 490 tripulantes (veja quadro abaixo).
O pavimento inferior abrigará as máquinas de jogo caça-níqueis. O intermediário reunirá os jogos de dados e roletas e o superior, as mesas de carteado. Em cada um haverá bar e lanchonete.
A cobertura terá restaurante, pista de dança e um ambiente para espetáculos. Os pisos serão interligados por dois elevadores.
O ingresso simples custará R$ 15 e garantirá somente o passeio turístico, sem direito aos jogos.
O passeio vai durar sete horas. Para quem quiser retornar antes -ou ir ao navio após o horário da partida- haverá duas lanchas, com capacidade para até 50 pessoas, e um helicóptero.
Como será destinado a lazer de curta duração, o navio não terá cabines-dormitório.
David afirmou que, por operar com jogo somente além das 12 milhas de mar territorial, o projeto independe da aprovação do projeto de lei que legaliza o jogo no país.
O projeto foi analisado por uma comissão na Câmara e atualmente tramita no Senado.
"Para nós é indiferente. Se o jogo for liberado, poderemos também trabalhar com o navio atracado no cais", declarou David.
Segundo ele, o navio deverá dispor de cinco pontos de atracação, em Santos e no Guarujá.
David disse que, na área próxima a um dos pontos de atracação em Santos, poderá ser construído no futuro um shopping center.

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