São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Freitas é escolha pessoal do prefeito eleito

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito eleito de São Paulo, Celso Pitta, está mantendo como colaboradores dois secretários responsáveis diretamente pelo sucesso da administração Paulo Maluf.
José Antônio de Freitas, o terceiro nome confirmado ontem, é um homem de Pitta, desvinculado do atual prefeito.
Até o começo do ano um funcionário de carreira da Secretaria das Finanças, Freitas foi indicado por Pitta para substituí-lo quando o prefeito eleito precisou se licenciar do cargo e mergulhar na campanha eleitoral.
A manutenção de Freitas em um cargo estratégico como a Secretaria das Finanças significa uma certa independência de Pitta em relação a Maluf para compor seu secretariado e, também, a certeza de ter lá um técnico que vai executar tarefas ordenadas sem pressões de grupos malufistas.
Com Reynaldo de Barros, a história pode ser diferente. Ontem mesmo, já deu declarações de que não existe entre ele e Pitta "relação típica de patrão e empregado".
"Eu tinha condições de me candidatar à prefeitura, mas não quis e fui um dos que sustentou o nome de Pitta para ser prefeito. Somos amigos", disse Barros, que mais tarde pediu a um assessor para avisar à Folha que, apesar disso, "respeita muito a hierarquia".
Barros foi o responsável na administração Maluf pela execução das obras na cidade, principal bandeira da atual gestão. Pelas mãos dele passaram, em quatro anos, R$ 4 bilhões destinados a pagar as empreiteiras contratadas.
Já a confirmação de Alves da Silva na Secretaria de Governo é um sinal claro de que o prefeito Paulo Maluf vai continuar a orientar, mesmo à distância, o Executivo.
Discreto e avesso à imprensa, Alves da Silva é um dos formuladores da política malufista. É quem costura acordos e, oficialmente, quem nomeia e exonera superintendentes de autarquias e diretores das empresas públicas.
Cabe a ele também nomear ou designar os membros dos conselhos, comissões municipais e grupos de estudo. Nesses casos, pode autorizar a prorrogação de prazos e aprovar (ou não) os respectivos relatórios.

LEIA MAIS nas págs. 2 e 3

Texto Anterior: Pitta mantém 3 secretários de Maluf
Próximo Texto: Até homens inteligentes gostam de futebol
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.