São Paulo, terça-feira, 3 de dezembro de 1996
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GM construirá três fábricas até 1998

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A General Motors anunciou ontem, durante cerimônia no Palácio do Planalto, que construirá três novas fábricas no país até 1998. O investimento -US$ 1,25 bilhão- será distribuído entre São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A GM pretende anunciar, até o dia 20, em que cidades instalará suas novas unidades de produção. Para isso, aguarda as conclusões de um estudo de viabilidade que está sendo desenvolvido há dois anos pela Argonaut, uma subsidiária da GM norte-americana.
No Rio Grande do Sul, que vai receber US$ 600 milhões para a construção de uma montadora, as cidades mais cotadas são Gravataí e Guaíba.
Em Santa Catarina, que receberá US$ 500 milhões para investimento na fábrica de motores e sistema de transmissão, estão concorrendo Imbituba e Joinville.
Em São Paulo, a empresa faz suspense. Serão US$ 150 milhões para a unidade de estamparia (produção de acabamentos) e de peças de reposição. Hoje, a GM tem seis unidades instaladas no Estado (São Caetano, São José dos Campos, Indaiatuba, Piracicaba, Jaguariúna e Sorocaba).
Segundo André Beer, vice-presidente da empresa no Brasil, com o anúncio feito ontem ficará mais fácil negociar os detalhes finais e incentivos com os municípios, "pois o jogo será transparente e claro e poderá contar com o apoio até das Assembléias Legislativas".
A GM afirma que as três unidades deverão gerar cerca de 4.000 empregos diretos e de 10 mil a 12 mil indiretos.
Os investimentos da GM no Brasil nos próximos dois anos são duas vezes maiores que os anunciados para a Argentina no mesmo período.
A GM está investindo US$ 600 milhões na construção da unidade argentina, em Santa Fé.
Tralha
O ministro Francisco Dornelles (da Indústria, do Comércio e do Turismo) aproveitou o anúncio dos novos investimentos para defender a política brasileira para o setor automotiva, criticada por vários países por suposto protecionismo.
"Disseram que a MP (medida provisória) do setor automotivo era uma tralha e que iria ser fulminada na primeira rodada da OMC (Organização Mundial do Comércio). Não foi", disse o ministro.
"Hoje o clima é de grande euforia, estamos num 'céu de brigadeiro' na área externa", completou Dornelles.
Na cerimônia, o presidente Fernando Henrique Cardoso disse que no ano 2001 o Brasil será o quarto maior consumidor de automóveis no mundo e o quinto maior produtor.

LEIA MAIS sobre investimentos na pág. 2-11

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