São Paulo, quarta-feira, 4 de dezembro de 1996
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Zebu muda critérios de julgamento

ROBERTO DE OLIVEIRA
ENVIADO ESPECIAL A UBERABA (MG)

Os rumos da pecuária de corte terão que ser alterados para torná-la mais produtiva. A precocidade melhora a remuneração do criador e leva o animal a produzir carne de melhor qualidade.
As afirmações do fazendeiro William Koury, vice-presidente da ABCZ, foram feitas no encerramento de um seminário nacional, que aconteceu em Uberaba (MG) na semana passada e concluiu pela revisão dos critérios de seleção e julgamento de gado de corte.
O seminário reuniu 126 jurados da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) que atuam em exposições agropecuárias em toda a América Latina.
Pela primeira vez os jurados analisaram 51 animais que depois foram abatidos para uma prova de rendimento de carcaça.
Algumas avaliações dos juízes, feitas a "olho nu", não coincidiram com os resultados científicos das provas de carcaça.
O animal que obteve a 16ª colocação no rendimento de carcaça, por exemplo, ficou em segundo lugar na análise dos jurados. Também o primeiro colocado, na opinião do júri, conseguiu apenas o quarto lugar na prova científica.
"Fica comprovado, portanto, que os critérios de avaliação técnica dos jurados precisam ser revistos", afirma Koury. As distorções, segundo ele, levam a ABCZ a iniciar esta semana cursos de reciclagem para jurados e técnicos.
"O objetivo é aproximar o trabalho de avaliação visual do resultado econômico obtido pelo animal no frigorífico", diz Koury.
Responsável pela prova de rendimento de carcaça, o professor Pedro Eduardo de Felício, da Unicamp, diz que a velocidade de ganho de peso do animal é fundamental para a pecuária de corte.
"O pecuarista está descobrindo que se não reduzir as idades de abate e do primeiro parto, não conseguirá ganhar dinheiro."

O jornalista Roberto de Oliveira viajou a convite da ABCZ.

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