São Paulo, quinta-feira, 5 de dezembro de 1996 |
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Zapatismo cria avanço, diz De la Madrid
EMANUEL NERI
Presidente entre 82 e 88, De la Madrid esteve esta semana no Brasil. Reuniu-se com empresários e com o ex-presidente José Sarney. Leia trechos da entrevista. * Folha - O sr. acredita que a globalização cause prejuízos à soberania de países subdesenvolvidos? Miguel de la Madri - Uma maior relação econômica com o resto do mundo tem consequências políticas. Há assuntos que nos acostumamos a resolver somente olhando as condições internas. Com a globalização, temos também que ver as condições externas. Há fenômenos globais que já não podem ser resolvidos exclusivamente pelos Estados nacionais. As relações comerciais e monetárias. A questão do meio ambiente. Não é possível resolver no âmbito estritamente nacional. A questão do narcotráfico, que é um fenômeno da delinquência internacional. Não podemos tratar disso individualmente. O combate ao narcotráfico implica uma cooperação internacional. Mas não creio que o Estado nacional viva um processo de desaparecimento. Folha - Como seria essa cooperação internacional para combater o narcotráfico? Folha - Isso também serviria para combater o terrorismo, muito presente hoje no México? Folha - No caso específico do México, como seria essa cooperação? Folha - Por que existem esses focos de terrorismo hoje no México? Antes, quando a América Latina vivia experiências autoritárias, o México tinha estabilidade política, sem terrorismo. Hoje é o contrário. O outro fator eu atribuo a grupos que sentem necessidade de se manifestar. O grupo terrorista mais destacado que há no México, que se chama Exército Popular Revolucionário, tem declarado que sua ideologia é marxista-leninista. Ou seja: são resíduos da época bipolar. Atribuo também esses movimentos, como o de Chiapas, à influência de movimentos guerrilheiros da América Central, que por muito tempo existiram ali. Seus guerrilheiros possivelmente estejam agora influenciando os movimentos mexicanos. Folha - O sr. acredita que movimentos guerrilheiros como o dos zapatistas, em Chiapas (sul do país), têm contribuído para alguma mudança social no México? Texto Anterior: Columbia volta à Terra Próximo Texto: Sérvios reúnem 120 mil no maior protesto Índice |
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