São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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Quercismo pode perder último reduto

DA REPORTAGEM LOCAL

A APM (Associação Paulista de Municípios) faz hoje sua mais polêmica eleição em 48 anos de história -que pode, inclusive, até não acontecer devido a ações judiciais.
Com objetivos iguais no papel, duas chapas se enfrentam por força de uma liminar emitida anteontem pelo juiz José Valério de Souza, da 18ª Vara Cível de São Paulo.
Mais que isso, o confronto pode significar o fim de um ciclo de poder estabelecido na associação desde que seu mais ilustre ex-presidente, Orestes Quércia, assumiu o governo estadual em 1987.
A confusão começou há duas semanas, quando o presidente da APM, Wilson José, decidiu adiar a eleição marcada para hoje.
Oficialmente, alegou que o estatuto precisaria ser reformado em sessão especial da APM em 24 de dezembro. Seus oponentes enxergaram na manobra o medo da derrota da chapa da situação.
Pela primeira vez em sua história, a APM tem uma chapa de oposição. Ela é formada pelo prefeito de Osasco, Celso Giglio (PDT). Seu oponente, do PMDB de Wilson José, é o atual prefeito de Piracicaba, Antônio Carlos Mendes Thame.
Giglio é acusado por seus adversários de tentar usar a presidência da APM como trampolim para se candidatar a governador em 1998.
Wilson José disse que vai respeitar a decisão judicial e levar a eleição adiante, mas não descarta medidas jurídicas para tentar cassar a liminar que a está garantindo
Continuísmo
Os cerca de 10 mil eleitores da APM -cerca de 8.000 vereadores, 650 prefeitos, 650 vice-prefeitos e vários ex-ocupantes desses cargos- em tese votam hoje às 10h.
Ambos os candidatos querem mudar a situação atual da APM. Para o presidente atual, o governo de Mário Covas (PSDB) se afastou da entidade ao cortar verbas provenientes de impostos estaduais como doação.
Há outros pontos. Antes, o Palácio dos Bandeirantes sustentava a estrutura física da entidade.
A sede ficava em um prédio do Banespa na avenida Paulista, mas foi desapropriada com a intervenção federal no banco em 1994. Hoje, cerca de dez funcionários são pagos e dividem a sede com uma empresa na rua Atlântica.

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