São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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Acusado por Candelária será julgado na segunda

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

Ao sair da cadeia, depois de quase três anos de prisão sob acusação de participar da chacina da Candelária, Jurandir Gomes França, 30, descobriu que já não tinha família nem emprego.
França foi solto há sete meses. Ele estava preso sob acusação de envolvimento na morte de oito meninos de rua ocorreu no centro do Rio em 23 de julho de 1993.
Na segunda-feira, França será julgado no 2º Tribunal do Júri do Rio. Mais dois acusados estarão com ele no banco dos réus: o tenente Marcelo Ferreira Cortes e o soldado Cláudio Luiz Andrade dos Santos, da Polícia Militar.
A expectativa no TJ (Tribunal de Justiça) é que os três sejam absolvidos. Os reconhecimentos por menores sobreviventes não foram levados em conta nos dois julgamentos anteriores, que resultaram na condenação dos ex-PMs Marcos Emmanuel e Nélson Cunha.
Em maio, após as confissões de Emmanuel e Cunha, os três acusados inicialmente -presos dias após a chacina- foram autorizados a deixar a cadeia.
França disse ontem à Folha que, se for absolvido, pretende reativar a oficina de serralheria que mantinha em casa. Ele diz que ainda não conseguiu recuperar a clientela.
"Não consegui reconstruir minha vida. Se for absolvido, acaba esse tormento."
A advogada Cristina Leonardo promoveu a instalação de 20 outdoors na cidade, com a foto da testemunha Wagner dos Santos, 24, e o texto: "Valorizar a testemunha é combater a impunidade. Vamos fazer justiça?".

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