São Paulo, sexta-feira, 6 de dezembro de 1996
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"O povo é muito mole", diz o presidente da CUT

DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD, E DA REPORTAGEM LOCAL

"A direção da CUT precisa estar ainda mais mobilizada do que está. Mas o povo precisa ajudar. O povo é muito mole, precisa se movimentar mais."
Esse desabafo foi feito por Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente da Central Única dos Trabalhadores, que retornou ontem de viagem ao Vaticano.
Vicentinho se referia às reações da sociedade ao projeto do governo que institui o contrato temporário de trabalho, aprovado na Câmara dos Deputados.
Ele anunciou que a CUT iniciará imediatamente uma série de protestos e atividades para pressionar o Senado a rejeitar o projeto. Mas admite que a central terá dificuldades nessa iniciativa, pois seu poder de pressão é limitado.
"As ações promovidas pela CUT contra os projetos anti-sociais do presidente Fernando Henrique têm sido insuficientes", afirmou.
Vicentinho relatou ter ficado surpreso ao saber do cancelamento de um acampamento com 300 desempregados que seria montado pela CUT em frente do Congresso, para pressionar os deputados a votar contra o projeto.
"Na semana passada, quando eu viajei, o acampamento estava confirmado. Não sei o motivo do cancelamento. Agora, no Senado, temos de correr atrás do prejuízo."
Para ele, o povo "pisa na bola quando elege parlamentares que aprovam projetos como esse (do contrato temporário)".
O presidente da Força Sindical, Luiz Antônio de Medeiros, acha que a atuação dos sindicatos vai impedir o uso "selvagem" do contrato temporário.
"A garantia de que esse tipo de contrato vai ser usado com moderação será a atuação de cada sindicato", avaliou. Para ele, é preciso experimentá-lo como alternativa para gerar empregos.

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