São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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Menor acusa investigador de agressão

DA REPORTAGEM LOCAL

O adolescente E.S.C.,17, acusou um investigador do 15º DP de agressão e reconheceu um carcereiro da delegacia. Ele teria ficado detido quatro dias ilegalmente no 15º DP de São Paulo a fim de que apontasse os autores do assalto e das mortes no bar Bodega.
Ele reconheceu o investigador Alexandre Victal, o "Bahia", como seu agressor e reconheceu o carcereiro Antônio Barbosa dos Santos, com quem teria falado durante o tempo em que teria ficado detido sem ordem judicial.
O reconhecimento foi feito anteontem na Corregedoria da Polícia Civil. Além dele, Benedito Dias de Sousa e Jaílson Ribeiro dos Anjos, presos e inocentados pelo crime, também reconheceram fotograficamente os policiais acusados de tortura no 15º DP.
Até ontem, 13 policiais civis já haviam sido acusados como participantes de ameaças, agressões e torturas aos nove homens que foram inocentados do crime.
O roubo ocorreu em 10 de agosto passado. Morreram a estudante Adriana Ciola e o dentista José Renato Tahan. Os nove homens foram presos e soltos. Três confessaram o crime. A promotoria suspeita que as confissões foram obtidas sob tortura.
A Folha procurou ontem os delegados João Lopes Filho e José Eduardo Jorge, acusados pelos inocentados. Lopes Filho disse que só voltará a se manifestar sobre o caso após a conclusão do inquérito. Ele sempre alegou sua inocência e a dos outros policiais envolvidos no caso.
A advogada dos policiais, Rosany Porto Aidar, acompanhou os reconhecimentos fotográficos e negou que qualquer um dos policiais reconhecidos tenha agredido os inocentados.
Detenção
O camelô Sebastião Alves Vital, 31, o Bastos, foi transferido ontem do 6º DP, onde estava preso, para a Casa de Detenção de São Paulo. A polícia quer impedir que ele fuja, o que seria mais fácil no 6º DP.
Bastos é um dos seis novos acusados do crime. Com eles, os policiais encontraram objetos roubados das vítimas no bar Bodega. Até agora, quatro foram presos e todos confessaram o crime.
A Divisão de Homicídios apreendeu ontem o táxi Verona de Francisco Ferreira de Souza. O taxista teria participado do assalto levando parte dos ladrões ao bar e os conduzido na fuga. Ele teve a prisão decretada e está foragido.

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