São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996 |
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Metalúrgicos não obtêm aumento real
SÉRGIO LÍRIO
O percentual é inferior à inflação anual medida pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), que ficou em cerca de 13% entre dezembro de 95 e novembro de 96. Os trabalhadores também estão tendo que esperar para receber. Em vários acordos, os reajustes serão incorporados ao salário a partir de janeiro, dois meses depois da data-base dos metalúrgicos. Segundo pesquisa do Dieese, que analisou acordos de 113 categorias, 40% dos reajustes em 96 foram inferiores à inflação anual. Abonos e participação nos lucros estão funcionando como uma compensação pelos reajustes inferiores à inflação. Cerca de 70% dos acordos dos metalúrgicos, por exemplo, prevêem pagamento de abono por hora trabalhada. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Paulo Pereira da Silva, a tendência para os próximos anos é de diminuição dos reajustes. "Devem crescer as negociações de participação nos lucros, com a criação de metas de produtividade", afirma. Pesquisa Na quinta-feira, a Arthur Andersen divulgou a pesquisa "Termômetro Empresarial", feita entre as 500 maiores empresas privadas do país, que confirma essa tendência. Segundo a pesquisa, apenas 21% das empresas concederam em 96 aumentos reais. Por outro lado, 73% adotaram programas de participação nos lucros. Em 77% delas, o valor médio é de dois salários por empregado. O sócio-diretor da Arthur Andersen João Paulo Gonçalves afirma que boa parte das participações nos lucros adotadas no Brasil não segue critérios técnicos, como aumento de vendas. Para ele, a participação está funcionando como forma de a empresa melhorar a remuneração dos empregados sem aumentar custos. Texto Anterior: Kaiser lança plano de expansão no NE Próximo Texto: Poupança recebe R$ 464 mi num só dia Índice |
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