São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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Atentado em Paris pode ter tido 'ensaio'

Detonação foi em subúrbio da capital

BETINA BERNARDES
DE PARIS

Uma bomba semelhante à usada no atentado de terça-feira em trem RER no Quartier Latin, que resultou na morte de três pessoas, foi detonada em novembro em um terreno abandonado em Essone, subúrbio de Paris.
A explosão foi revelada ontem pelo jornal "Le Parisien". O artefato explodiu na madrugada de 19 a 20 de novembro, destruindo parte do terreno. O jornal sustenta que a detonação seria um teste para o atentado de terça-feira.
A polícia local passou as informações para o esquadrão antiterrorismo. Até o momento, os investigadores do atentado da estação Port-Royal se recusam a fazer ligação entre as explosões.
Ontem, os policiais descobriram que o bujão de gás de 13 kg carregando a mistura explosiva foi transportado para o vagão em um saco de tela com rodinhas.
O bujão e os explosivos (pólvora, clorato de sódio, açúcar e enxofre) e os pregos colocados no saco pesavam, juntos, cerca de 20 kg. Pelo menos duas pessoas devem ter carregado o conjunto.
A bomba foi colocada no quarto vagão da composição, o mesmo escolhido no atentado de julho de 95 cometido pelo Grupo Islâmico Armado na estação Saint-Michel da Rede Expressa Regional.
Toda a França está sendo vigiada em locais estratégicos, como aeroportos, estações de transporte e pontos turísticos, por patrulhas conjuntas de militares e policiais.
Anteontem, um argelino com passaporte falso foi interpelado em Calais, norte do país. Ele ia pegar uma balsa para o Reino Unido. Policiais apreenderam em sua casa documentação islâmica.
Ele foi transferido para Paris. A Direção Central da Polícia Judiciária diz que nada permite confirmar que o homem pertença à rede de militantes do GIA.
A companhia ferroviária e os responsáveis pelo metrô estudam meios de cobrir os espaços vazios sob os assentos nos vagões de metrô, trens e dos ônibus para evitar o abandono de pacotes.

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