São Paulo, sábado, 7 de dezembro de 1996
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Africanos têm quatro candidatos à ONU

CLÁUDIA TREVISAN
DE NOVA YORK

Os países africanos apresentaram ontem ao Conselho de Segurança da ONU quatro candidatos à sucessão do atual secretário-geral da entidade, o egípcio Boutros Boutros-Ghali.
Os nomes foram discutidos ontem à tarde em reunião do conselho. A expectativa é que a eleição do novo secretário-geral ocorra na próxima semana.
Os candidatos apresentados são Kofi Annan, de Gana, Hamid Algabid, de Níger, Amara Essy, da Costa do Marfim, e Mohamed Abdla, da Mauritânia.
O embaixador Oumarou Youssoufou, de Níger, disse à Folha que os países africanos ficarão satisfeitos com a eleição de qualquer um dos candidatos.
O processo de escolha do secretário-geral chegou a um impasse no dia 18 de novembro, quando os Estados Unidos vetaram a reeleição de Boutros-Ghali.
O atual secretário-geral decidiu manter sua candidatura mesmo com a oposição dos norte-americanos. Ele havia conseguido apoio de 14 dos 15 integrantes do Conselho de Segurança.
Boutros-Ghali deve ser o primeiro secretário-geral da ONU a não ser reeleito. É por isso que o próximo mandato deve caber à África, já que todos os continentes representados no comando da ONU mantiveram essa posição por dois períodos consecutivos.
O problema é que a decisão de Boutros-Ghali em manter sua candidatura impedia o surgimento de outros nomes da região.
Os países africanos mantiveram formalmente seu apoio a Boutros-Ghali até segunda-feira, quando o presidente em exercício da Organização da Unidade Africana, Paul Byia, anunciou que eles deveriam buscar outros nomes.
Na quarta-feira, foi a vez de o próprio Boutros-Ghali abrir caminho para o surgimento de outros candidatos. O secretário-geral anunciou que suspenderia "temporariamente" sua candidatura.
Entre os candidatos apresentados ontem, Annan é o mais próximo da ONU. Ele é funcionário de carreira da entidade e, atualmente, é responsável pelas operações de paz. Annan é frequentemente apontado como o candidato preferido dos Estados Unidos.
Amara Essy é o chanceler da Costa do Marfim. Hamid Albabid foi premiê de Níger e hoje é secretário-geral da Organização da Conferência Islâmica.
O mandato de Boutros-Ghali termina no dia 31 de dezembro. O próximo secretário-geral dirigirá a entidade até 2001.
Os EUA vetaram Boutros-Ghali dizendo que ele não realizou reformas necessárias na entidade.

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