São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Estudo é contra protecionismo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA O estudo dos técnicos do BNDES está longe de endossar argumentos contrários à abertura comercial."Os impactos da abertura foram na direção esperada e desejada", escrevem seus autores, os economistas Maurício Mesquita Moreira e Paulo Guilherme Correa. Eles consideram inevitável que a abertura provocasse concentração e especialização na indústria nacional, em especial em segmentos como o de bens de capital e o de consumo duráveis. Até a década de 80, esses segmentos eram ineficientes, diz o estudo. Só se sustentavam graças à proteção comercial. "A proteção excessiva, além de permitir lucros abusivos, também desestimulou os investimentos em capacitação tecnológica que pudessem gerar reduções de custos e ganhos de produtividade." Para eles, a abertura quebrou um vício das indústrias na fase anterior à abertura -o de fabricar produtos de menor qualidade e maior preço para o mercado interno. Se para sobreviver à abertura o industrial teve de reestruturar sua empresa, a abertura também permitiu a compra, a preço menor, de equipamentos mais sofisticados. "Aumentou a tendência à especialização, o que pode ser constatado pelo aumento no comércio intra-indústria", afirma Moreira. Seu estudo mostra que esse tipo de comércio, no total dos 45 segmentos pesquisados, aumentou de 59,8% do total das operações comerciais das indústrias, em 1989, para 97,9% no ano passado. Isso significa que, em vez de investir em diversificação, as indústrias passaram a se concentrar na fabricação de apenas alguns itens de maior competitividade. A tendência da indústria automotiva no Brasil, diz Moreira, é deixar de fabricar carros de luxo. As montadoras devem se concentrar nos carros populares. Texto Anterior: Coutinho vê morte lenta Próximo Texto: Governo deixou de lado o "fator China" Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |