São Paulo, domingo, 8 de dezembro de 1996 |
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Orgatec 96 e os novos ambientes
RONALD EDUARDO PACINI A edição 96 da Orgatec, a maior mostra mundial de mobiliário para escritórios, realizada em outubro na Alemanha, transformou-se em um caldeirão de tendências.As "coqueluches" disseminadas no evento incluem desde a volta aos ambientes de trabalho dos biombos tubulares forrados com tecido, até a aplicação de disciplinas da engenharia -como eletrônica e cálculos estruturais- ao design de móveis para escritório. Retirados os exageros, ficou claro que a indústria de móveis para escritório e o perfil e necessidade dos consumidores mudaram muito nos últimos anos. Os móveis estão seguindo a tendência básica da simplicidade com sofisticação. Estes adjetivos devem estar cada vez mais juntos em tudo o que disser respeito ao assunto. Enquanto as empresas mudam em progressão geométrica, impulsionadas por fatores como globalização e competitividade, alguns fabricantes de mobiliário estão se adaptando a essa realidade em progressão aritmética. Cabe ao cliente e ao fabricante buscar as soluções, descartando fabricantes inescrupulosos, que utilizam caminhos não-profissionais para vender o "sonho" -ou pesadelo!- do novo escritório. No ambiente de trabalho contemporâneo, vários elementos estão fadados ao desaparecimento: móveis pesados, que não permitem a mudança de layout; salas fechadas para os chefes; departamentos diferentes e com necessidades diversas mobiliados do mesmo modo; móveis frios, monocromáticos e impessoais; e, principalmente, pagar pelo que não se usa. Ao mesmo tempo, outros elementos deverão se fortalecer. Mobilidade e flexibilidade são duas características importantes, que devem ser estudadas e exigidas pelo especificador e consumidor. O mobiliário deve ser simples, eficiente e prático, podendo ser alterado conforme as necessidades dos usuários. Invariavelmente, após alguns meses da instalação, começam a surgir nos escritórios improvisações em função de novos equipamentos, novas técnicas administrativas e evolução na cultura da organização que não estavam previstas na instalação inicial. Caso o mobiliário não suporte as mudanças, recomeça o tormento da desorganização. A personalização do mobiliário permite ao cliente pagar apenas pelo que realmente lhe é útil. A regulagem das diversas peças do mobiliário, que já se tornou lei em diversos países, é outro ponto importante. No Brasil, isso coloca em foco um profissional cada vez mais solicitado, o ergonomista. Com o aumento dos postos de trabalho e ambientes compartilhados, também se faz necessária uma grande capacidade de absorção acústica nos elementos do mobiliário. Os absorventes acústicos evitam a reflexão do som e deixam o ambiente mais agradável. E, por último, o serviço ao cliente, que deve integrar o "produto" adquirido. Não se pode imaginar um fabricante sem um atendimento eficiente e responsável. Um novo escritório é o marco de uma nova etapa na vida das empresas, e os fabricantes têm que empenhar todos os esforços possíveis para que o cliente se sinta apoiado, prestigiado e atendido de forma plena. Ronald Pacini, 38, é engenheiro e diretor industrial da Italma S.A. Texto Anterior: Aluguéis ficam estáveis em SP Próximo Texto: CARTAS Índice |
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